Bolsonaro, Thomas Malthus e controle do aumento da população
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Para quem não conhece Thomas Malthus (atenho-me a um resumo discreto), trata-se de um economista nascido na Inglaterra nos idos de 1766. Viveu no contexto histórico da Revolução Industrial do Século XVIII. Sua obra de maior destaque é: “Ensaio Sobre o Princípio da População” (1798). Em síntese é considerado o “pai da demografia” por sua Teoria Populacional.
Basicamente, a teoria malthusiana afirmava que a população crescia em progressão geométrica (2, 4, 8, 16, 32...) enquanto a produção de alimentos crescia em produção aritmética (2, 4, 6, 8, 10...), o que, em dado momento, provocaria escassez de comida para atender as necessidades da população mundial. A regra é simples: i) baixa produção alimentícia, ii) pouco recurso natural, iii) população cada vez maior, resultado: iv) catástrofe.
Essa tese inspirou diversas lideranças e teóricos adjuntos ao longo dos anos que acreditavam ser necessário um rígido controle demográfico, alguns, inclusive, sugerindo a morte provocada das pessoas para atingir a este objetivo. Em síntese, trata-se de uma das chancelas ao genocídio dos povos.
Perguntará nosso leitor mais atento: e o que isso tem a ver com o presidente da República do Brasil, Jair Bolsonaro? Tenho uma sutil vergonha da não-certeza, todavia, todo um campo especulativo (ofertado pelos atos de Bolsonaro) para trabalhar. Ora, diante de uma pandemia tão infeliz e jamais vista nos últimos séculos, como podemos ter um Líder da Nação tão sádico e cruel como esse? Além de todos os deboches que faz em relação ao coronavírus, chamando-o de “gripezinha”, ou que a população e as autoridades sérias estão produzindo uma “histeria”, Bolsonaro conseguiu nesta data apresentar uma Medida Provisória ao Congresso Nacional em cujo escopo é a autorização para que as empresas possam SUSPENDER OS SALÁRIOS dos trabalhadores por até 4 meses.[1]
Daí ficamos pensando: qual é a desse cara que foi eleito presidente do Brasil? Onde ele quer chegar realmente? Já não basta sua ineficiência como líder e incompetência para as tantas urgências do País, ao invés de ajudar os governadores e prefeitos quanto ao controle da pandemia, ele somente abre a boca, ou usa sua caneta para agravar ainda mais a crise na saúde da população.
É bom lembrar que Bolsonaro já havia feito cortes de recursos para o Bolsa Família, enviado para o Congresso Nacional projetos que atentam contra o Meio Ambiente, os povos indígenas, os mais pobres, agora ele quer tirar as condições mínimas de sobrevivência do trabalhador, o que provocará um genocídio. A morte, se não visitar o brasileiro pelo COVID-19, será pela FOME que ela tentará prevalecer sobre as pessoas.[2]
Destarte, o descaso de Bolsonaro com essa pandemia é tanto que fico pensando algo absurdo: será que o presidente da República deseja seguir as teorias populacionais de Malthus e aproveitar essa doença para uma redução drástica de nossa população? Sim, porque quando um Chefe de Governo, com suspeita de estar infectado por uma doença tão grave, assume o risco de ir para uma manifestação (como a do dia 15 de março), ficar próximo às pessoas e fazer tudo que vai contra os protocolos de segurança do Ministério da Saúde, ele também assume uma tendência de morte, pela morte, para a morte [de seu povo].
A questão é saber, se for este o entendimento, se o presidente acredita que nossos recursos naturais já não são suficientes para os 210 milhões de brasileiros, ou se ele crê que é melhor promover o acúmulo das riquezas do País para atender o mínimo de gente possível.
Seja lá o que pensar, esperamos deste homem que foi escolhido para socorrer nosso País, que largue mão de sua semântica orbital de morte e passe a desejar a nossa vida; a vida de todos na mesma dignidade... e assim promover ações da contramão de suas ideias até o dia de hoje.
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[1] Trata-se da Medida Provisória nº 927, de 22 de março de 2020, em cujo teor deveria se referir ao socorro para empregados e empresas com vistas à manutenção da renda da população para enfretamento à pandemia e sua prevenção familiar, ao contrário, visa uma micro-reforma trabalhista.
Muito embora, a partir da pressão da sociedade e de vários congressistas, Bolsonaro tenha dito que revogaria o Art. 18 desta norma (que compreende a suspensão dos salários dos trabalhadores), o diploma legal segue valendo em seus demais dispositivos pelo prazo de 60 dias, com efeitos plenos, até a conversão ou não em lei [definitiva] pelo Congresso Nacional.
[2] Ao contrário do nosso Líder, os outros presidentes da nações afetadas pelo coronavírus têm tomado medidas para proteger os trabalhadores (sua renda e condições de vida).
Peço ao leitor e leitora que pesquise sobre estas medidas dos demais Chefes de Estado e faça a comparação com Bolsonaro.
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