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Alex Solnik

Alex Solnik, jornalista, é autor de "O dia em que conheci Brilhante Ustra" (Geração Editorial)

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Bolsonaro vetou vacina por pressão dos EUA

"Foi mais por pressão do governo de Donald Trump, já que, no mesmo dia em que o ministro da Saúde anunciou a vacina chinesa, Bolsonaro se encontrou, em Brasília, com Robert Charles O’Brien, conselheiro de Segurança Nacional dos Estados Unidos", aponta o jornalista Alex Solnik

Bolsonaro vetou vacina por pressão dos EUA (Foto: Adriano Machado/Reuters)

Por Alex Solnik, para o Jornalistas pela Democracia

Não acredito na versão de que Bolsonaro mandou rasgar o acordo do governo para compra de 46 milhões de doses da vacina chinesa por pressão de seus apoiadores fanáticos.

Eles também pressionaram contra seu indicado ao STF e ele não cedeu.

Acho que foi mais por pressão do governo de Donald Trump, já que, no mesmo dia em que o ministro da Saúde anunciou a vacina chinesa, Bolsonaro se encontrou, em Brasília, com Robert Charles O’Brien, conselheiro de Segurança Nacional dos Estados Unidos.

Sua missão principal era persuadir o governo brasileiro de que o 5G chinês é uma porcaria, e de quebra oferecer 1 bilhão de dólares para investir na infraestrutura do 5G americano, se este e não o chinês ganhar o leilão marcado para o ano que vem.

É evidente que o conselheiro de Trump – muitas vezes esses conselheiros de segurança têm elos com a CIA – foi informado da parceria brasileira com os chineses e deve ter subido nas tamancas e dado um puxão de orelhas em Bolsonaro ou transmitido o puxão de orelhas através de emissários.

“Olha, meu caro, não dá para a gente fazer acordo com o nosso 5G e vocês comprarem vacina da China” deve ter dito ou transmitido a Bolsonaro.

É a única explicação que encontro, dado o fato de que o ministro Pazzuello, já se sabe, havia informado antecipadamente a Bolsonaro acerca da vacina chinesa e tinha recebido sinal verde.

No dia seguinte à visita, O’Brien soltou os cachorros contra a vacina chinesa, deixando claro que o problema de Trump com a China não se limita ao 5G.

* Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.