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Pedro Paiva

Jornalista, mora em Nova York. Foi produtor e repórter do América News, jornal do canal internacional da Globo feito para a comunidade brasileiros nos Estados Unidos. É colaborador da Revista Híbrida e da USBRTV nos Estados Unidos. Acompanha a política estadunidense e outros temas importantes do país

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Bombardear o México: o novo delírio dos republicanos

"Figuras de peso do partido de Trump já se organizam para um cenário de ação militar", pontua Paiva

(Foto: Leonardo Lucena)
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Membros do Partido Republicano começam a defender abertamente uma solução extrema para, segundo eles, combater os cartéis de drogas e o avanço do Fentanil nos Estados Unidos: bombardear e invadir o México, mesmo que a contragosto. Uma reportagem feita pelo portal “Politico”, dos EUA, mostra que figuras de peso do partido de Trump já se organizam para um cenário de ação militar.

Em março deste ano, 4 americanos foram sequestrados na cidade de Matamoros, na fronteira entre o México e o Texas. Eles saíram da Carolina do Sul, na costa leste, e viajaram de carro para o país vizinho por causa de um procedimento médico. Os sequestradores eram membros de um cartel de drogas. Dois dos americanos foram assassinados e, como consequência, o pânico foi instaurado. Em resposta, o Departamento de Estado dos EUA fez um alerta para que cidadãos do país não viajassem para o México durante os feriados de primavera.

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Antes mesmo dos assassinatos na fronteira, o deputado republicano Dan Crenshaw, do Texas, apresentou uma proposta de lei que tinha como objetivo autorizar o exército americano a agir contra cartéis de drogas em território mexicano. Segundo o deputado, a justificativa seria a crise do Fentanil, um super droga que se espalha pelo país e que matou, só em 2022, mais de 71 mil americanos de overdose. Segundo as autoridades, a imensa maioria da droga comercializada nos EUA ilegalmente é produzida no México.

Após o episódio em Matamoros, o deputado republicano fez uma provocação ao presidente mexicano, López Obrador, pelo twitter. “Nós adoraríamos ser seus parceiros. Nos ajude a te ajudar”, disse o deputado marcando o perfil do presidente. Em resposta, o mexicano afirmou que não permitiria que nenhum governo estrangeiro intervisse no território do país, muito menos de maneira militar, o que, segundo ele, seria um atentado à soberania mexicana.

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Mas, para alguns republicanos, a soberania alheia não importa. Em entrevista à FOX News, o senador Tom Cotton, do Arkansas, afirmou que “se o presidente mexicano quiser nos ajudar, que assim seja. Se não quiser, que assim seja”. Na entrevista, o senador falou não apenas sobre os cartéis, mas também sobre a suposta crise migratória, com direito a imagens de imigrantes venezuelanos tentando cruzar a fronteira em El Paso, no extremo oeste do Texas.

O plano não é uma novidade. No ano passado, o ex-Secretário de Defesa dos EUA, Mark Esper, afirmou que Donald Trump, durante seu governo, teria proposto o lançamento de mísseis contra o território mexicano. Em entrevista à CBS, o ex-secretário afirmou que Trump teria dito que “ninguém saberia que fomos nós”. Atualmente, como candidato, Trump já defendeu o uso de “forças especiais” e “warfare cibernético” contra os cartéis.

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A Casa Branca e os democratas rechaçam todas essas propostas. Joe Biden não apenas é contrário a uma possível invasão, como não quer categorizar os cartéis como organizações terroristas. Por causa do burburinho, a porta-voz do Conselho de Segurança Nacional afirmou que “a administração não considera ações militares no México”.

Fevereiro marcou o aniversário de 175 anos do fim da guerra entre os Estados Unidos e o México. Em 2 anos de conflito, os EUA anexaram territórios importantes do país vizinhos, dentre eles o Texas e a Califórnia.

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