Bozo está desmoronando e devemos chamar os eleitores arrependidos à luta

Nas últimas semanas, acompanhamos uma saga de aloprados que nem o mais renomado escritor de novelas mexicana daria conta de acompanhar. Para além vergonha alheia cotidiana que sentimos com o despreparo da equipe, a quantidade de barracos é tamanha que às vezes ficamos até perdidos entre a fixação do guru Olavo de Carvalho por ânus aos chiliques diários do Carluxo.

Mas, felizmente, não é com barracos que vamos recuperar o País e parte da população brasileira acompanha, boquiaberta, a tamanha incompetência de seu candidato, agora presidente. Prova disso foi sua queda brusca de popularidade. 

Em e meio ao desespero do desemprego que bate na porta de 14 milhões e do subemprego que precariza tantas famílias, Bozo comemora a venda da abacates para o mercado argentino, como se isso fosse algo relevante perto crescimento do PIB patético e o mercado voraz que tira mais direitos de quem não tem quase nada.

Dai o tiozão do rider se preocupa com o que? Com a sua viagem aos EUA. Sim, ser premiado na terra do tio San é mais importante do que conter a crise que nos assola. Aliás, ele só foi eleito para ser um pano de chão do states. 

Por conta dessa bizarrice toda, devemos refletir. Do lado de cá a eleição de Bozo sempre foi uma tragédia anunciada. "Um Temer muito piorado, alertávamos no período eleitoral".

Tentamos, por muitas vezes, convencer aquela tia no grupo de Whats App, o seu Tião da banca e a Márcia do RH da grande desgraça que seria um maluco no poder. No entanto, perdemos para a força do grande capital que mobilizou fake news, pastores e a grande mídia para sua vitória. O resto da história todos nós já sabemos.

Agora, parte da população se sente usada. A preocupação de outrora com o kit gay virou a falta de comida, o caos na saúde, educação em frangalhos e o país à deriva. A violência nunca foi tão intensa. O Brasil respira ódio. A maior parte do eleitorado de Bolsonaro nunca ouviu falar em globalismo e muito menos no Olavão, mas foi enganada com "a ameaça petista de transformar o Brasil numa Venezuela" ou em mamadeiras de piroca que, no máximo, conseguiu apenas virar marchinha de carnaval. Outra parte do eleitorado acreditava que realmente a mamata iria acabar e se frustra ao ver que Bolsonaro é a velha política em carne, osso e amadorismo.

Claro que devemos sim dizer "eu avisei 1.3559 de vezes", mas não há dicotomia em dar risada e chamar à luta todos os eleitores arrependidos que querem fazer oposição ao presidente aloprado, que se sentem ludibriados com tamanha mentira e incompetência. Não temos força de mobilização o suficiente se ficarmos isolados no alto da nossa bolha vermelha. Vamos deixar para quando a reorganização do campo popular, para nas vésperas das próximas eleições? Por isso, ex-bolsominions arrependidos, venham conosco! A luta está apenas no começo.