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Ligia Deslandes

Formada em pedagogia, mestra em educação. Secretária-Geral da CUT-Rio e diretora de relações internacionais e sindicais do Sindicato dos Trabalhadores no Comércio de Minérios e Derivados de Petróleo do Estado do Rio de Janeiro – SITRAMICO-RJ, funcionária da Petrobras Distribuidora.

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BR: de modelo de privatização a exemplo a não ser seguido

A venda da BR Distribuidora está aí para mostrar o que eles - Bolsonaro e Guedes - planejam para o nosso futuro. Cabe a nós impedir que esse plano se concretize

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Eu gostaria de privatizar todas as estatais”, Paulo Guedes

O desejo de Paulo Guedes é também o de Bolsonaro e dos grandes empresários. Juntos, eles vendem o sonho da privatização mágica, que soluciona todos os problemas da empresa. Afinal o modelo de gestão privado seria praticamente perfeito. A venda da BR Distribuidora, em 2019, foi estruturada para se tornar um caso de sucesso, um exemplo a ser seguido. 

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Um ano depois, a realidade na empresa é sim um exemplo, mas de fracasso e ineficiência. A entrega da BR fez com que empresas que antes disputavam mercado com a distribuidora se tornassem acionistas, assim como bancos que identificaram nesta uma ótima oportunidade de lucro. Ou seja, um patrimônio precioso que deixou de ser público para engordar os cofres de empresas privadas. Os novos administradores vêm implantando a receita habitual: demissões em série, a destruição da cultura da antiga estatal construída ao longo de quase cinco décadas, o desrespeito aos trabalhadores. Um exemplo simbólico é o fato da empresa, pela primeira vez na história, estar se recusando a pagar a PLR para seus funcionários. Falta de recursos? Não, desrespeito. Prova disso é que a BR antecipou para setembro o pagamento de R$ 601,6 milhões aos seus acionistas, que poderia ser feito até dezembro.

O modelo de gestão tem sido pautado única e exclusivamente no lucro para os acionistas, mas isso não impede que hoje sejam identificados problemas graves. Quem vive o dia a dia da BR relata que os empregados estão amordaçados, acuados e que os gestores vendam os olhos diante de problemas graves como corrupção, fraudes e nepotismo. O termo compliance, que enfeita relatórios com ares de modernidade, deveria ser um compromisso com a integridade e com a legislação, mas a prática é bem diferente.

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A privatização da BR vai fazendo deste um exemplo de que privatizar é destruir patrimônio público, desrespeitar trabalhadores, aniquilar com direitos sem deixar combater irregularidades. Muito rapidamente, em apenas um ano, essa forma de gestão vai mostrando suas consequências drásticas. Mais de 200 trabalhadores foram demitidos em plena pandemia. Até mesmo o lucro está sendo ameaçado pela ineficiência que vai se revelando como resultado do modelo implantado. A demissão de profissionais indispensáveis, a relação sem consideração com grandes clientes, a administração fria e descomprometida não está tardando a mostrar suas consequências.

Ao contrário do Estado, que buscava eficiência e tinha comprometimento com o patrimônio público, os empresários enxergam as empresas privatizadas como algo provisório a ser explorado até a última gota e descartado no mercado. Investidores não se comprometem com os serviços, com o bem-estar social, com seus trabalhadores, apenas com seus lucros. 

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Guedes e Bolsonaro querem, sim, privatizar tudo. A eles o público, o comum, os direitos não interessam. A BR está aí para mostrar o que eles planejam para o nosso futuro. Cabe a nós impedir que esse plano se concretize.

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