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Ricardo Kotscho

Ricardo Kotscho é jornalista e integra o Jornalistas pela Democracia. Recebeu quatro vezes o Prêmio Esso de Jornalismo e é autor de vários livros.

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Brasil do ódio e da morte vira um puxadinho das "vivendas da barra pesada"

Ricardo Kotscho, dos Jornalistas pela Democracia, aponta que em menos de um ano de governo Jair Bolsonaro, o Brasil virou o país do ódio e da morte, da tristeza e da melancolia. "Este grande país, outrora respeitado e admirado, virou apenas um puxadinho do condomínio miliciano “Vivendas da Barra Pesada”, de onde saíram os Bolsonaros para ocupar o Planalto", destaca Kotscho

(Foto: Reprodução)
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Por Ricardo Kotscho, no Balaio do Kotscho e para o Jornalistas pela Democracia - Bolsonaro conseguiu: em menos de um ano de governo, o Brasil virou o país do ódio e da morte, da tristeza e da melancolia.

Os noticiários da TV deste domingo dão conta de que sete corpos foram encontrados na caçamba de um caminhão em Angra dos Reis, no Rio, depois de um dia inteiro de tiroteios que deixaram outras vítimas de balas perdidas.

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Em Salvador, três adultos e uma criança foram mortos numa chacina.

Ainda no Rio, com a greve na saúde, por falta de salários, pacientes morrem nas filas sem atendimento e familiares deles levam cestas básicas para funcionários do hospital que passam dificuldades.

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Em Mairiporã, na região metropolitana de São Paulo, a polícia estoura uma rinha de cães da raça pitbull, em que os criminosos fazem um ritual para assar os cachorros mortos na brasa.

Foi o que eu consegui ver, mas deve ter muito mais e pior neste domingo, um dia normal, depois que o capitão presidente e sua tropa de figuras abomináveis assumiram o poder.

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Nos supermercados, clientes brigam com os atendentes por causa do preço da carne.

Este grande país, outrora respeitado e admirado, virou apenas um puxadinho do condomínio miliciano “Vivendas da Barra Pesada”, de onde saíram os Bolsonaros para ocupar o Planalto.

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A dez dias do Natal, não vejo enfeites nem na Oscar Freire, os pinheirinhos nas lojas murcham por não encontrar fregueses e os moradores de rua continuam deitados nas calçadas, pedindo uma ajuda.

Na frente de uma loja de móveis, com uma enorme cama de casal, um coitado dorme sobre papelões.

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Este é o retrato do Brasil do bolsonarismo galopante, que avança, sem encontrar barreiras.

Quem ainda pode promover feijoadas ou churrascos com os amigos para comemorar não sei o que?

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Vivemos um clima de fim de feira, em que os deserdados disputam a xepa, antes da chegada do caminhão do lixo. Ninguém lhes dá um alento.

Num país em que os pobres voltaram a ser miseráveis, e a “nova classe média” pensa que faz parte da elite, 34 mil pessoas estão morando nas ruas de São Paulo, a cidade mais rica do país, e todo mundo acha isso normal, nem repara.

Numa época em que as pessoas pareciam ficar mais felizes e solidárias, eu só vejo gente triste, melancólica, estressada, correndo para cumprir seus compromissos., fazer as compras.

Só se encontra ainda alguma alegria nos botecos, depois de muita cerveja _  isso quando os bolsominions não provocam alguma confusão, agora que eles estão no poder e se acham os maiorais.

É tanta estupidez, falta de respeito com quem pensa diferente, que prefiro ficar em casa, lembrando outros natais.

O discurso do ódio venceu, numa guerra verbal ideológica e furiosa, fratricida.

“Estamos de retorno à idade Média em termos de valores, com esse poder neoliberal, imposto por meio da força e das crenças, um discurso moralista pentecostal”, tenta explicar Joel Birman, psicanalista e professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro, a Mário Sergio Conti, em entrevista ao programa “Diálogos”, na Globonews.

Por mais que eu queira, é difícil mudar de assunto quando você está no meio de uma tempestade que imobiliza as pessoas e nos deixa cada vez mais sem saída.

Apesar de tudo, vida que segue.

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