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Leonardo Attuch

Leonardo Attuch é jornalista e editor-responsável pelo 247.

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Brasil: nação ou só um território?

"O Brasil ainda é uma nação ou se tornou apenas um território habitado por 208 milhões de pessoas, que, por acaso, falam a mesma língua? Eis a questão crucial dos dias atuais, em que o País vive algumas das maiores transformações de sua história, sem que ocorra o mínimo debate entre seus cidadãos", diz o jornalista Leonardo Attuch, editor do 247, ao comentar o trator da base aliada para aprovar a PEC 241; "Depois da PEC, ainda haverá algum tipo de proteção social no Brasil? Programas sociais serão preservados? Pobres poderão frequentar universidades ou 'só estuda quem tem dinheiro', como disse o deputado Nelson Marchezelli?", questiona

"O Brasil ainda é uma nação ou se tornou apenas um território habitado por 208 milhões de pessoas, que, por acaso, falam a mesma língua? Eis a questão crucial dos dias atuais, em que o País vive algumas das maiores transformações de sua história, sem que ocorra o mínimo debate entre seus cidadãos", diz o jornalista Leonardo Attuch, editor do 247, ao comentar o trator da base aliada para aprovar a PEC 241; "Depois da PEC, ainda haverá algum tipo de proteção social no Brasil? Programas sociais serão preservados? Pobres poderão frequentar universidades ou 'só estuda quem tem dinheiro', como disse o deputado Nelson Marchezelli?", questiona (Foto: Leonardo Attuch)
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O Brasil ainda é uma nação ou se tornou apenas um território habitado por 208 milhões de pessoas, que, por acaso, falam a mesma língua? Eis a questão crucial dos dias atuais, em que o País vive algumas das maiores transformações de sua história, que definirão a paisagem nacional pelas próximas décadas, sem que ocorra o mínimo debate entre seus cidadãos.

O exemplo mais recente foi a aprovação, em primeiro turno da PEC 241, a Proposta de Emenda Constitucional que congela os gastos públicos pelos próximos vinte anos. A absoluta maioria dos brasileiros não sabe do que se trata, nem desconfia das suas consequências, mas ela foi aprovada numa votação-relâmpago por um Congresso sem nenhuma credibilidade perante a sociedade, depois de ser apresentada por um governo que chegou ao poder sem voto.

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Depois da PEC, ainda haverá algum tipo de proteção social no Brasil? Programas sociais serão preservados? Pobres poderão frequentar universidades ou “só estuda quem tem dinheiro”, como disse o deputado Nelson Marchezelli (PTB-SP), num arroubo de sinceridade?

Antes da PEC, o trator da base aliada também aprovou outra proposta polêmica, que foi a abertura, para empresas internacionais, da exploração dos principais recursos energéticos do País, que são as reservas do pré-sal – uma medida que, de acordo com pesquisas de opinião, era reprovada pela maioria da população. Depois da PEC, virá a reforma da Previdência, que fará com que muitos brasileiros pobres morram antes de se aposentar.

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São medidas necessárias? Contribuirão para a volta do crescimento? Sempre haverá posicionamentos divergentes. O ponto central, no entanto, é outro: qual foi o envolvimento dos brasileiros na definição do seu próprio futuro? Nenhum. Toda essa agenda vem sendo imposta, goela abaixo, num ritmo alucinante.

Em paralelo, intensifica-se, no Poder Judiciário, a caçada ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que representou, na história do País, um projeto de acomodação entre ricos e pobres, atuando como um amortecedor entre capital e trabalho. Se os pobres progredissem, como progrediram, os ricos lucrariam mais, como de fato lucraram.

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No entanto, os dias atuais revelam vários fenômenos: uma elite que não se reconhece no seu próprio povo, a falência do mito da conciliação nacional e a inexistência de um denominador comum sobre interesses estratégicos do País, que pudessem estar acima das disputas políticas.

O Brasil caminha para ter um pós-Estado, que servirá apenas para honrar os juros da dívida interna, num país em que prevalecerá a lógica do cada um por si. Sem paz social e com uma maior desigualdade, que será inevitável, o que esperar? Como aqui nunca houve guerras civis nem revoluções, o caos interno, em geral, se converte em violência urbana, onde quem tem se protege de quem não tem. Nada poderia representar melhor a falência de uma nação.

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