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Valéria Guerra Reiter

Escritora, historiadora, atriz, diretora teatral, professora e colunista

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Brasis paralelos

A vida brasileira foi traçada sempre por sobre os cadáveres dos escravizados; sejam eles: escravos negros, negros da terra (indígenas) ou assalariados

Brasis paralelos (Foto: Arquivo/ABr)

Tantos Brasis dentro do território geográfico e histórico do Brasil. A demografia brasileira fora decidida por paranistas, por exemplo.

A província do Paraná “precisava” ser ocupada por força de trabalho “branca”. E a Imprensa parcial na figura do jornal DEZENOVE DE DEZEMBRO conjunto à política da época apoiou um novo processo de “colonisação (era assim a grafia), nos idos de 1850.

Nosso regionalismo foi sendo forjado ao bel prazer do contexto internacional, e a lei de Terras delineou tal formatação. A presença de indígenas na província do Paraná era insignificante para os imperiais, que julgavam que eles faziam parte (tão somente) da paisagem natural, já que a ocupação real só deveria ocorrer por pessoas laboriosas para ocupar este solo e render lucros para o país. E realmente, foi sob a batuta do presidente da província do Paraná; Góes e Vasconcellos, em 1855, que os “empresários” nomeados agiram para trazer os imigrantes.

O Império brasileiro buscava ocupar e povoar os espaços vazios alegando que o clima do nosso sul é semelhante ao frio europeu.

Enfim, o nosso processo de regionalização ocorreu de maneira multifacetada: Desde o seu início da colonização no Brasil foi dado a partir da primeira expedição colonizadora, comandada por Martim Afonso de Souza. O primeiro povoado, a Vila de São Vicente, surgiu em 1532 no litoral do estado de São Paulo, que contava com engenho para produção de açúcar.

A vida brasileira foi traçada sempre por sobre os cadáveres dos escravizados; sejam eles: escravos negros, negros da terra (indígenas) ou assalariados.

Cada região brasileira tem seu PIB, seu IDH e sua cultura. Mas muito sangue foi derramado. A regionalização não é só folclorista...iem uma história mui dorida por trás.

A política gerencial partidária continua enterrando seus mortos com sapatinhos de cristais em seus pés. O caso da COVID e o caso recente no Sul no Brasil demonstra isso.

Em minha humilde opinião, a máquina estatal com seus poderes precisa de uma reforma ou de uma revolução. Há uma desordem no ar com milhares de bilionários para milhões de miseráveis: vide os 800 reais doados para cada família (esmagada) no Sul, pelo ciclone.

Até quando?

#ValReiterjornalismohistórico

* Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.