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Alex Solnik

Alex Solnik é jornalista. Já atuou em publicações como Jornal da Tarde, Istoé, Senhor, Careta, Interview e Manchete. É autor de treze livros, dentre os quais "Porque não deu certo", "O Cofre do Adhemar", "A guerra do apagão" e "O domador de sonhos"

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Brecar impeachment é sobrevivência para Cunha

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A julgar pelo que aconteceu ontem, quando o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, matou no peito (como diria Luiz Fux) o pleito da oposição para ele se posicionar a respeito do rito do impeachment, a chance de que ele autorize esse processo algum dia aproximou-se de zero.

Ao contrário do que previam alguns analistas, instrumentalizados por deputados pró impeachment, Cunha não tem interesse algum em fustigar o governo neste momento, porque ele sabe que se der o menor passo nessa direção será defenestrado no dia seguinte em represália do PT e da base aliada.

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Cunha é o mais pragmático dos deputados e o mais fiel discípulo de Maquiavel. A sua posição agora, em setembro de 2015, é muito forte e muito frágil ao mesmo tempo.

Forte porque compete exclusivamente a ele tirar da gaveta ou não um processo de impeachment. Fraco porque está fragilizado pelas acusações da Lava Jato e, se cair em desgraça com o PT, os petistas poderão se aliar aos parlamentares que defendem seu afastamento e aí ele pode entrar no pior dos mundos: perda do cargo, quiçá perda do mandato e então... poderá ficar frente a frente com o algoz de Curitiba.

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Neste momento o destino de Cunha – apesar dos seus arroubos de independência, cada vez mais opacos desde que ele entrou na mira de Janot – está definitivamente ligado ao de Dilma.

Enquanto Dilma continuar na presidência da República, ele segue na presidência da Câmara e o andamento do seu processo será colocado por Janot em banho maria.

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Cunha está forte enquanto tem a chave para abrir o impeachment; mas, no momento em que o abrir – o que não fará – ficará fraco, pois já não será o dono dessa espada de Dâmocles, que é o seu trunfo mais poderoso.

Cunha também não se esquece do que aconteceu em 1992: o então presidente da Câmara, Ibsen Pinheiro autorizou o processo de impeachment de Collor, o impeachment venceu, mas, logo em seguida, Ibsen também foi cassado, voltou para casa, e jamais se recuperou politicamente, ao contrário de Collor, que, seja como for, está na linha de frente da política nacional.

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Brecar o impeachment é, para Cunha, uma questão de sobrevivência.

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