Brigitte Bardot, um ícone da liberdade sexual feminina
Brigitte durante sua carreira transformou-se em um ícone da liberdade sexual feminina, desafiando padrões conservadores
Brigitte Bardot era linda. Musa do cinema francês, atriz e modelo, ganhou fama de símbolo da beleza nas décadas de 1950 e 1960. Brigitte tornou-se mundialmente conhecida em 1957, quando foi protagonista de “E Deus criou a Mulher”, de Roger Vadim, um de seus primeiros filmes, censurado em muitos países pelas cenas de nudez e sexualidade explícita.
Ganhou fama internacional, mesmo sendo uma atriz francesa atuando fora de Hollywood, o templo do cinema na época. Estrelou mais de 45 filmes, ajudou a impulsionar a Nouvelle-Vague, e trabalhou com os mais importantes diretores do período, como Jean –Luc Godard, Louis Malle, René Clair, Federico Fellini, Henri-Georges Clouzot, além de Roger Vadim, com quem foi casada por cinco anos.
Brigitte era conhecida como “a mulher que inventou Saint-Tropez”, a praia no Sul da França que tornou-se famosa como destino sofisticado de visitantes. Durante sua carreira transformou-se em um ícone da liberdade sexual feminina, desafiando padrões conservadores. Seu estilo de vida liberal e inconformista na Europa do pós-guerra fez com que a escritora Simone de Beauvoir, em sua obra de 1959 ,“A Síndrome de Lolita”, descrevesse Brigitte como "uma locomotiva da história das mulheres".
Em 1957, padres em Nova York chegaram a pedir que fiéis boicotassem seus filmes, e o Vaticano a classificou como “má influência”. Claro que o resultado foi o oposto.
Depois de aposentar-se aos 39 anos, Brgitte tornou-se ativista na defesa dos direitos dos animais, criou a Fundação Brigitte Bardot, que atua em resgate e proteção aos animais. Mas sua imagem também foi polêmica. Apoiou a extrema direita francesa, sobretudo Marine Le Pen, e, em 2004, foi condenada por incitação ao ódio racial em um livro.
Brigitte visitou o Brasil pelo menos duas vezes, teve namorados brasileiros, como Bob Zagury, e levou fama a uma pequena aldeia de pescadores, Armação de Búzios, na região dos Lagos, no Rio de Janeiro, na época pouco conhecida mesmo entre os cariocas. Depois de sua visita de quatro meses, em 1964, para descansar das filmagens de Desprezo, de Jean Luc Godard, Búzios tornou-se conhecido ponto turístico para brasileiros e estrangeiros. Hoje há juma estátua de bronze de Brigitte na região central da cidade, batizada de Orla Bardot.
* Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.

