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Emir Sader

Colunista do 247, Emir Sader é um dos principais sociólogos e cientistas políticos brasileiros

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Bye, Bye Bolsonaro!

"Agora é Fora Bolsonaro, da forma que seja, corre que se negocia a anistia para os filhos, porque essa é a preocupação dele. Significa que setores da direita começam a pensar nos termos de uma negociação para a saída dele. Ele resistirá’ até o final, até porque teme pelo seu destino e dos filhos", aponta Emir Sader

Jair Bolsonaro coloca máscara durante entrevista coletiva sobre coronavírus no Palácio do Planalto (Foto: REUTERS/Adriano Machado)
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Ele sempre foi um aventureiro, como militar e como político. Seu projeto sempre foi pessoal. Esteve sempre disposto a qualquer aventura, para abrir caminho para ele mesmo.

Se valeu da crise de representatividade da direita, que queimou o PSDB, seu partido tradicional, cujas bases se radicalizaram para a direita, abandonaram esse partido e se submetendo às lideranças que dirigiam as mobilizações pelo golpe contra a Dilma. 

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Quando chegaram as eleições e o Lula era favorito para ganhar no primeiro turno, bateu o desespero na direita – grande empresariado, meios de comunicação, dirigentes dos partidos tradicionais. Buscaram quem em quem poderiam apostar e se deram conta que Alckmin não saia de cifras inexpressivas nas pesquisas. So Bolsonaro tinha  um caudal de preferências que permitiria uma operação para derrotar o Lula e o PT.

 Quando ele se deu conta de que poderia ser o candidato da direita, abandonou suas posições erráticas – contra as privatizações, contra a reforma da previdência -, para escolher um ultra neoliberal como ministro da economia e garantir assim o apoio do grande empresariado. A mídia e os dirigentes passaram a apoiá-lo, como única alternativa para impedir o retorno do PT à presidência. Toleram, de maneira vergonhosa, as operações de fake news, como o preço a pagar para manter o modelo neoliberal.

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Foi assim que impediram a candidatura do Lula – depois do golpe contra a Dilma – e viraram as pesquisas contra o Haddad, que começava a liderá-las. E foi assim que o aventureiro, sem partido, sem votos, sem trajetória política consistente, foi guindado à presidência, alavancado pela mamadeira de piroca. Foi disfarçado de representante de uma “nova política”, não comprometido com a corrupção, que iria resgatar o Brasil das catástrofes produzidas pelo PT e pela velha política.

A mídia se encarregou de prognosticar que, com a saída da Dilma e o não retorno do PT, a economia bombaria, o país seria outro, voltaríamos a crescer e até a produzir empregos. Se entregava nas mãos do aventureiro, um lumpen, miliciano, os destinos de um país como o Brasil. Tudo para que o PT não voltasse a presidir o país e voltasse a superar o modelo neoliberal e os interesses especulativos dos bancos. De forma aberta ou envergonhada, todos os grandes meios de comunicação apoiaram, por ação ou inação, essa monstruosa operação.

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 Ele assumiu a presidência, com o seus filhos, como se fosse um botim que ele tivesse conquistado, como um assalto ao governo e ao Estado. Governou conforme seus desígnios e cedendo ao ministro da economia o poder de destruição do patrimônio público, dos direitos dos trabalhadores, das políticas sociais.

O resultado foi, desde o começo, desastroso, para o país e para o próprio governo, dado que ele demonstra nenhuma capacidade de agregar, de unir. Ao contrário, foi perdendo, aceleradamente, apoios dos que estavam com ele, assim como de órgãos da mídia, conforme mostra incapacidade de governar, falta de respeito mínimo ao decoro, situações insuportáveis dos filhos, envolvidos em casos de corrupção e, possivelmente, no próprio assassinato da Marielle.

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Deu tudo errado. Nem sequer a economia cresce minimamente, pretexto para os empresários e a mídia alegar que o toleraria por isso. A imagem do país no exterior e’ motivo de chacota.

A economia já estava em recessão quando chegou o coronavírus, que só fez comprovar a incapacidade de governar dele. Para atender minimamente às necessidades de saúde pública, ele e seus ministro de economia tiveram que contrariar sua política econômica e liberar recursos. Mas ele mantém a posição de contradizer as normas universalmente aceitas da OMS, atuando de forma irresponsável, demonstrando que não aceita pontos de vista distintos dos seus. Só lhe interessa se manter na presidência e preservar os filhos, porque sabe que saindo do cargo lhes esperavam condenações duras de processos pendentes e, provavelmente, a prisão.

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Agora o coro dos panelaços e da mídia é ensurdecedor. Deu pra ele. Nao da mais, está na hora de sair. Já não preside, o país está’ ao deus dará, diante de um vírus e de um verme – como bem disse o Haddad.

Agora é Fora Bolsonaro, da forma que seja, corre que se negocia a anistia para os filhos, porque essa é a preocupação dele. Significa que setores da direita começam a pensar nos termos de uma negociação para a saída dele. Ele resistirá’ até o final, até porque teme pelo seu destino e dos filhos.
A esquerda tem que estar preparada para uma resposta propositiva para uma operação de saída dele. Os tempos se aceleram.

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Agora, não interessa pela forma que seja, Bye, bye, Bolsonaro!
    

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