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Michel Zaidan

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Caminhos da emancipação do proletariado

Há uma luta pela hegemonia, a direção moral e cultural da classe dirigente e a formação de uma nova cultura nacional-popular

(Foto: AMANDA PEROBELLI)
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Recebi a honrosa tarefa de explorar as controversas e difíceis relações  teóricas e políticas  entre  a Teoria Crítica frankfurtiana e o marxismo ou marxismo. Neste caso, como aliás em outros, é  preciso distinguir ou precisar  que autores ou fases da Teoria Crítica e de que Marxismo  estamos falando. É  mais ou menos claro que a partir da segunda geração  dos frankfurtianos, vai ocorrendo uma mudança  paradigmática  no sentido da substituição do TRABALHO SOCIAL pela COMUNICAÇÃO ou, inicialmente, pela interação.  

No início, a interação, a linguagem é o trabalho coexistem lado a lado. Depois, fala-se no envelhecimento do paradigma da produção,, baseado nas pesquisas empíricas  de Cláus Off sobre a classe operária  alemã, sobretudo pelo avanço do setor de serviços  informatizados e a perda da identidade dos operários. O Habermas ainda manteria o trabalho, como expressão  da razão  instrumental, no que ele chama de subsistema  (Estado e Mercado). E a comunicação como característica do mundo da vida, formado pelos atos de fala comunicativos (lucocionarios e ilocucionarios). 

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Originalmente, o Habermas procurou  separar os esferas sistêmica do mundo da vida, regidos  por racionalidade distintas. Depois passou a admitir  o protagonismo do mundo da vida na vida sistêmica,  utilizando o conceito de sociedade civil e esfera pública. Entendendo pelo primeiro  o conjunto de associações  civis que convergiriam  para formação  da vontade política, pelo uso da razão comunicativa, ou seja, deu uma inflexão  política à  sua teoria, depois desenvolvida por discipulos  americanos. 

O conceito de democracia discursiva identifica-se com este modelo, diferente do republicano e do liberal. Aqui, emancipação é sinônimo de comunicação  liberta de constrangimentos ideológicos  ou neuróticos  do auto-engano. Ou seja, comunicação voltado para  o entendimento,  através de provas e contra-provas  e da veracidade  dos interlocutores.  Naturalmente,  este autor não representa  o pensamento  de toda escola, nem a geração dos pais fundadores (Adorno, Horkheimer, Marcuse, Benjamin e outros), alguns mais à esquerda, como Marcuse(que apoiaria o  movimento estudantil, o movimento negro e os movimentos de libertacao nacional). 

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No entanto,  o desenvolvimento futuro da escola só  afastaria cada vez mais a Teoria Crítica  do pensamento marxista. (Ver por exemplo a luta pelo reconhecimento   de anel Honneth). Embora haja controvérsias  sobre a sobrevivência marxista na obra tardia de Adorno, a Dialética Negativa. 

O  pensamento marxista e as várias correntes que se inspiram em Marx não dialogam com esses pensadores, em decorrência da mudança paradigmática  e por não aprofundarem uma discussão sobre a linguagem  enquanto médium de emancipação. 

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No geral, a linguagem é  um processo ideológico  sujeito às  determinações  das relações  sociais e os interesses de classe. Neste sentido,  ou se escolhe a via estruturalismo do marxismo, com ênfase  na permanência  das estruturas  ou se escolhe a via historicista  com acento no protagonismo  dos movimentos sociais.  Althusser X Gramsci. No modelo althusseriano, há  os aparelhos  ideologicos de Estado e a luta em seu interior. No modelo gramsciano,

Há  uma luta pela hegemonia, a direção moral e cultural da classe dirigente e a formação de uma nova cultura nacional-popular. Uma revolução  mediada por essa cultura, que torna possível  a criação  de uma nova sociedade, não apenas a conquista do poder. O marxismo nunca abandonou o conceito de uma de classes, e determinação econômica,  ainda que em última  instância. Torna a luta mais sofisticada com o conceito de hegemonia, mas não  abandona  o conflito social, a contradição  como motor da história. E que tem no proletariado fabril a classe dirigente. Portanto não abandona o paradigma da produção  e da luta social entre classes opostas.

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Os frankfurtianos criticam o caráter messiânico,  teleológica, determinista da história.  E fazem opção pela crítica da cultura,  como forma de elucidar  o colapso da Revolução  nos países mais industrializados. 0s marxistas  criticam o abandono da luta de classes e da Revolução, substituído pela utopia de uma forma de comunicação  isenta de ideologia. 

Tratados  dessa forma como reformistas  ou liberais. A ideia de Revolução é  um discurso em disputa entre esses autores, E continuará  sendo ainda por muito tempo. E isso, só para ficar entre os frakfurtianos e marxistas.   Deixando de fora os pós-modernos,  pós-estruturalistas, neo-anarquistas etc.

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