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Heraldo Campos

Graduado em geologia (1976) pelo Instituto de Geociências e Ciências Exatas (UNESP), mestre em Geologia Geral e de Aplicação (1987) e doutor em Ciências (1993) pela USP. Pós-doutor (2000) pela Universidad Politécnica de Cataluña - UPC e pós-doutorado (2010) pela Escola de Engenharia de São Carlos (USP)

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Canalhavírus versus Coronavírus

O Canalhavírus não usa máscara e sabemos qual é a sua identidade (e seu passado). Assim, ele usando todos os recursos dos golpes baixos possíveis, para se manter em pé e não beijar a lona, vai batendo no Coronavírus não para nocauteá-lo, mas sim para espalhá-lo

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Nos anos 60, com a TV em branco e preto, cheia de válvulas para funcionar e quase movida a turfa, não perdia um “Os Reis do Ringue” transmitido pela antiga TV Record, com narração de Raul Tabajara. 

Se não me falha a memória, era um programa transmitido de noite e, se for isso mesmo, provavelmente, já teria jogado uma bolinha de borracha na Rua Piratininga, no Brás, bairro paulistano e fabril, tendo como campo a calçada da famosa rua de ferros-velhos e como as traves do gol os postes de iluminação elétrica, porque a iluminação a gás era do tempo da minha mãe e, convenhamos, seria outra história para contar. 

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Voadoras para todos os lados, pancadas de mão aberta, “porradas” maldosas de punho fechado, dedo nos olhos, eram coisas pouco humanitárias que esse “tipo de esporte” a TV aberta proporcionava para os adultos telespectadores, junto com uma molecada atenta e chamava a atenção para os novos ídolos que estavam brotando nesse campo de luta. 

Os lutadores mascarados podiam fazer parte do bem ou do mal, dependendo da ocasião. Se a “marmelada” existia nesse “tipo de esporte” poderia até ser irrelevante. O importante era torcer pelo seu ídolo do bem do “telecath” e “vamos que vamos”, degustando, no intervalo, um triângulo de pizza caseira e uma Crush bem geladinha.  

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Pelo menos na minha época, não identifiquei ninguém que torcia por um ídolo do mal. Se fosse nos dias atuais, essa identificação seria mais fácil. Nesse cenário da luta livre, hoje, se tivéssemos numa situação fictícia, com dois lutadores do “telecath”, com o perfil de um Canalhavírus e o opositor, com o perfil de um Coronavírus, ou seja, numa suposta briga do mal contra o mal, para quem tenderíamos a torcer? 

Parece óbvio que fica difícil a opção porque, digamos, que se o Canalhavírus vencer o duelo na “porrada” ele pode muito bem abrir o caminho para o Coronavírus se instalar numa academia da eugenia (e “treinar” bastante), local que o próprio vencedor atua com desenvoltura há tempos, em nome das ditaduras que tanto defende e morre de paixão.  

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Pergunta-se: não é mais ou menos isso o que está rolando desde que assumiu esse governo de extrema direita? Assim, como não temos bola de cristal, mas, há um ano escrevemos isto que, lamentavelmente, parece que continua valendo nessa nossa “luta livre” e diária pela vida, repetimos em seguida:  

“Numa situação normal, sem essa pandemia em curso, até que seria interessante um processo de impeachment do governo (não só do capitão), junto com uma reforma política, via Congresso, com cláusula de barreira para os partidos, mandatos de cinco anos, sem reeleição, em uma eleição geral para todos os cargos eletivos, coincidindo com o calendário eleitoral de 2020. 

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Mas isso é viável hoje ou vamos ficar, por enquanto, no Fora Canalhavírus?” [1]. 

Hoje, passado um ano depois dessa colocação entende-se que, agora, mais do que nunca, não somente “seria interessante um processo de impeachment do governo”, como se trata de uma questão de sobrevivência tendo em vista o projeto, deliberado, de genocídio em curso e o “Fora Canalhavírus” pode ser mais uma palavra de ordem a ser usada, considerando a grave situação que vivemos. 

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Nesse ponto, uma coisa parece certa: o Canalhavírus não usa máscara e sabemos qual é a sua identidade (e seu passado). Assim, ele usando todos os recursos dos golpes baixos possíveis, para se manter em pé e não beijar a lona, vai batendo no Coronavírus não para nocauteá-lo, mas sim para espalhá-lo na sua estratégia de “combate ao contrário” e disseminar mais ainda a doença. Em outras palavras, uma verdadeira “marmelada” nesse campo de luta para a sua manutenção no poder.  

Portanto, aqui não se trata de tomar partido do Coronavírus, mas, sim, torcer para que o Canalhavírus seja derrotado, tenha um tombo fatal, para deixar de ficar preparando o terreno para seu suposto oponente. Um gancho de esquerda, bem dado, no queixo, derruba esse verdadeiro lutador do mal. Pelo cheiro da brilhantina o Canalhavírus está atordoado; o Congresso Nacional e o Tribunal Superior Eleitoral que se mexam para por um ponto final nesse combate macabro. São mais de 307 mil mortos pela Covid-19.  

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“Aquele que não tem coragem de assumir riscos não alcançará nada na vida.” (Muhammad Ali). 

[1] Crônica publicada no democrático blog do Cacá Medeiros Filho em 25/03/2020:

http://cacamedeirosfilho.blogspot.com/2020/03/canalhavirus-cronica-deheraldo-campos-e.html?view=magazine

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