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André Granha

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Capitalismo de Estado

Como somos um país carente de recursos, ao emprestarmos para essas grandes empresas, tiramos dinheiro da sociedade, e um setor em especial é penalizado ao máximo aqui, as pequenas empresas

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Por muitos anos muitos estudiosos tentam entender as reais causas do nosso subdesenvolvimento, e tentamos entender porque não nos desenvolvemos como país.

Surge sempre uma infinidade de teorias, uma delas analisa o nosso modelo de capitalismo, isto é, apresenta-se que temos um modelo capitalista onde o grande empresário, que aqui vive é geralmente avesso ao risco e avesso à concorrência, operando num modelo chamado por especialista de "Capitalismo de Compadre", onde esse empresário se foca nas relações com o estado, estabelecendo com ele uma relação simbiótica, e ao invés de melhorar a produtividade da sua empresa, prefere focar nessa relação, e através dela obtém subsídio e proteção da concorrência externa.

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Realmente é inegável que essa relação entre o poder público e o setor privado (muitas vezes promiscua) ajudou a fomentar grandes grupos empresariais, podemos citar como exemplo direto disso, todas as grandes empreiteiras e os grupos dela derivados, e para citar algumas empresas conhecidas podemos usar como exemplo ainda, a Embraer, Vale, Gerdau, Cosan e JBS, todas essas empresas dependeram do estado quer para criação (Embraer e Vale), para internacionalização (Embraer, JBS , Gerdau, Vale e em menor escala Cosan) ou mesmo para criação de demanda interna (Gerdau, Vale, Cosan, JBS).

Em anos recentes dando continuidade a nossa tradição de apoio as grandes empresas, o governo Dilma não só manteve essa nossa antiga tradição nesse campo como a ampliou,e a levou ao extremo, com a utilização de mecanismos de financiamento subsidiados a grandes empresas, chamados vulgarmente de "Bolsa Empresário", que nada mais são do que a utilização do BNDES com empréstimos subsidiados em condições que o cidadão normal nem sonha em ter, concedidos a grandes empresas numa escala sem precedentes como parte de uma visão equivocada de politica econômica por parte do governo.

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Se por um lado temos o excelente "Bolsa Família" que com um custo anual ao país de R$27 bilhões (0,5% PIB), ajuda promover a inclusão, desenvolvendo grotões esquecidos do país e trazendo um pouco de dignidade aos mais pobres, de outro lado temos essas" Bolsas" as maiores empresas do país, a um custo superior de R$30 bilhões ou 0,6% do PIB, isso levando em conta somente em relação ao custo dos subsidio que o governo paga por conceder esses empréstimos.

E qual o benefício desses empréstimos para o país?

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Tirando a Embraer, todas as outras empresas acima citadas atuam em segmentos básicos, contribuindo muito pouco para o aumento do investimento, desenvolvimento de tecnologia, pesquisa ou aumento da produtividade no país, bem como qualquer benefício que possamos qualificar como duradouro, e pior, essas alocações de recursos além de serem caras, não trouxeram aumento do investimento interno, e se mostraram extremamente ineficientes, acentuando o nosso déficit.

Se aumentarmos o universo de empresas pesquisadas, o cenário não muda, pois 76% dos empréstimos totais são concedidos a 4 empresas sendo a maior fatia destinada a Petrobrás, seguida JBS, Fibria, e Vale e mesmo com esses volumes expressivos de financiamento não há aumento na taxa de investimento do país, mostrando a inutilidade dessa cara política econômica.

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Apesar dessa situação, os defensores dessa política alegam que sem ela o cenário seria pior, mas não existe evidência alguma nesse sentido, pois essas grandes empresas têm acesso aos mercados financeiro e de capitais, tanto nacional, como internacional e só recorrem ao BNDES por causa do subsídio.

Como somos um país carente de recursos, ao emprestarmos para essas grandes empresas, tiramos dinheiro da sociedade, e um setor em especial é penalizado ao máximo aqui, as pequenas empresas (PME), esse setor, que carece de representação política e de crédito, trava uma luta contra um sistema bancário totalmente oligopolizado, fechado e hostil a livre inciativa que prefere operar sem risco recebendo o seu também oneroso "Bolsa Banqueiro", mesmo assim essas pequenas guerreiras lutam diariamente contra tudo em silêncio, e são quem mais geram emprego em nosso país e dada às previsões futuras para economia global, cada vez mais serão elas o setor mais dinâmico da economia mundial.

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É esse setor que movimenta a maioria das economias da UE, na Itália as pequenas empresas respondem por 55% do PIB, a gigante Alemanha, tem 60% do PIB vindo delas (sim a produtiva e desenvolvida Alemanha) e isso acontece na Espanha, na Grécia, Portugal e em todos os países da EU, quem tem suas economias e maior parte dos empregos gerados por PME, nos EUA a participação das PMEs no PIB corresponde a impressionante cifra de 50%, já no Brasil nossas 9 milhões de PMEs produzem míseros 27% do PIB, apesar de serem responsáveis por 52% dos empregos de carteira assinada 40% dos salários pagos.

Essa situação precisa mudar para sermos um país mais desenvolvido, justo e inclusivo. Nossa população é empreendedora e criativa, e merece ter essa situação mudada. Apoiar as pequenas empresas é gerar mais renda e emprego para o nosso país.

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