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Judson Nascimento

Professor universitário, Doutor em Engenharia de Produção, atua nas áreas de gestão e inovação social, além de consultor da Incubadora Afro Brasileira no Rio de Janeiro

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Capitalismo, religião e identidade. Um triângulo nada amoroso!

Lamentavelmente o sistema econômico dominante adentrou em todas as áreas do conhecimento inclusive nas religiões, prevalecendo em alguns casos a busca pela ascensão econômica, pelo poder de disseminação da ideologia; pela busca de novos fiéis, vendo a religião como um negócio; além da busca por um lugar no céu

Aprenda a atrair dinheiro (Foto: Judson Nascimento)
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A sociedade tem se organizado fundamentalmente em função do acúmulo de bens e de capital, a partir do estímulo à obsolescência e consumo de bens e serviços. A ideia é tornar os produtos obsoletos rapidamente para que sejam trocados por um outro mais "novo" e com isso aumentar o consumo para se auferir lucros maiores. É importante que se diga que o lucro não é em absoluto o problema em questão, mas sua busca incondicional aliada ao processo de industrialização, que permite a produção em massa, junto à globalização, tem provocado danos consideráveis à economia, à sociedade e ao meio ambiente. Uma das principais consequências tem sido a concentração de renda na mão de poucos aumentando a quantidade pobres.

Algumas religiões têm buscado se adaptar à "evolução" da sociedade, ditando o que é divino e o que não é, sob a égide do capital, mas sem que se deem conta de que estão apoiando e reforçando um sistema econômico altamente predatório. Não há como se eximir dessa responsabilidade, afinal todos somos seres políticos e se o princípio divino passar pela união, a ética e o bem-estar de todos, como ignorar não se questionar um sistema econômico que produz desequilíbrio social? Por que não se questiona o capitalismo, já pensou nisso?

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A questão é que seus "representantes na terra", são influenciados pelo próprio sistema econômico vigente e não fazem qualquer crítica a este sistema. Por isso a falta de informação desses representantes, aliada ao preconceito, é fator preponderante para a manutenção da alienação de seus fiéis. Poucos representantes possuem conhecimento para fazer uma análise do capitalismo de maneira isenta, avaliando pros e contras, mas certamente possuem alguma informação sobre o inimigo socialismo. Como o sistema vende a ideia de que só existe este dois caminhos, os fiéis veem o capitalismo como normal, abençoado e o socialismo como anormal, amaldiçoado. Se o representante na terra diz que é assim, a fé manda não questionar e sim acreditar.

Observe que dogmas são geralmente estabelecidos de acordo com valores comunitários, a partir do sentimento de pertencimento da comunidade, por meio de características identitárias. É possível identificar diferentes interpretações referentes ao livro sagrado dentro das mesmas denominações, bastando por exemplo mudar o local da congregação (Cidades, regiões, áreas rurais) para observar que os valores, crenças e comportamentos também mudam. Isto significa dizer que a interpretação é fruto dessa identidade, ou seja, cada comunidade tem seus próprios valores, bem como seus próprios dogmas, sejam eles mais ou menos conservadores, dependendo do lugar.

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Logo, não há padrão de valores nem de dogmas, o que demonstra que é possível sim dentro de uma denominação, construir e promover processos de mudança que transforme ideias conservadoras em ideias de vanguarda tendo como princípio a diversidade, o bem querer e a empatia. Assim a crença em Jesus não limitaria seus fiéis a valores tradicionais e sim a princípios que busquem a compreensão e valorização de temas muitas vezes tratados com preconceito como homossexualismo, machismo e racismo, dentre outros. O mais importante deveria ser a disposição para se querer bem ao próximo e compreendê-lo dentro de suas idiossincrasias e não se ele faz ou não parte da mesma denominação.

Lamentavelmente o sistema econômico dominante adentrou em todas as áreas do conhecimento inclusive nas religiões, prevalecendo em alguns casos a busca pela ascensão econômica, pelo poder de disseminação da ideologia; pela busca de novos fiéis, vendo a religião como um negócio; além da busca por um lugar no céu. A igreja frequentemente utiliza da ameaça para garantir a presença e manutenção de seus fiéis. Não parece razoável haver um Deus que seja vingativo, a ponto de "Quem não o seguir ir para o inferno". Isso parece mais coisa de humano e não de Deus, não é mesmo?

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Arrisco dizer que se for decretado que a religião não ajuda a prosperar nem garante um lugar no céu, muitos debandariam por estar na verdade fazendo "negócio" com Deus, utilizando como moeda de troca sua devoção e não por ser realmente uma pessoa com princípios cristãos. Porque isso exige mais do que frequentar um templo, ou falar em nome de Jesus e sim praticar o cristianismo. Mas isso é bem mais difícil!

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