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César Fonseca

Repórter de política e economia, editor do site Independência Sul Americana

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Carne mais barata reduz inflação, aumenta arrecadação, diminui juro, distribui renda e promove desenvolvimento

A reforma tributária contraria a elite financeira rentista

Carne mais barata reduz inflação, aumenta arrecadação, diminui juro, distribui renda e promove desenvolvimento (Foto: Fabrício Rodrigues-Pozzebom/ABr)

A Faria Lima e os economistas neoliberais vulgares do mercado e da burocracia estatal – Fazenda e Banco Central – são os perdedores com a reforma tributária que engordou a cesta básica dos mais pobres para que se alimentem melhor, especialmente, conferindo-lhes acesso ao consumo de carne mais barata; cumpre-se, dessa forma, promessa do presidente Lula em campanha eleitoral: garantia de churrasco com cervejinha nos finais de semana para alegria das famílias assalariadas.

Os economistas burgueses e os comentaristas da mídia que acompanham o argumento deles, todos vulgares, são mais realistas que o rei; os empresários pecuaristas, como destacaram seus porta-vozes da Frente Parlamentar da Agropecuária, na Câmara, querem o imposto mais barato sobre a carne para: 1 – aumentar o lucro e 2 – ampliar o consumo. Ganham, portanto, duas vezes.

Paralelamente, sobrou, como consequência, oportunidade para os trabalhadores e os socialmente excluídos do modelo econômico concentrador de renda terem acesso ao seu sonho maior de consumo: ter a carne mais barata na mesa para acompanhar os carboidratos, conferindo, dessa forma, melhor distribuição de saúde e renda, somando-se a outra conquista assegurada pelo governo Lula: valorização do salário-mínimo, que se estende, relativamente, a toda a cadeia salarial, elevando a massa nacional de poder de compra.

Quem, portanto, estaria contra a redução do imposto sobre a carne, que passaria a integrar-se à cesta básica dos mais pobres?

Se não é o empresário, que vai ganhar duas vezes, na redução do imposto e no aumento do consumo, nem serão os trabalhadores, que terão maior acesso à proteína alvo geral de quem precisa se alimentar melhor para ter  mais saúde e menos gastos com remédios, quem, então, estaria contra a redução do tributo sobre a carne, remédios etc? 

Derrota dos especuladores - Apenas, estão se opondo à decisão da maioria na Câmara dos Deputados, onde esquerda e direita se uniram para favorecer os trabalhadores, na tarefa de permitir-lhe acesso às proteínas mais baratas na cesta básica, os economistas vulgares, pequenos burgueses, que repetem, feito papagaios, os argumentos da Faria Lima de que não se pode renunciar a arrecadação, para que seja cumprido o ajuste fiscal neoliberal e seu objetivo essencial: pagamento de juros especulativos e amortizações da dívida pública.

Mas, haveria, mesmo, como destacam os economistas vulgares, serviçais da Faria Lima, redução da arrecadação, com maior acesso dos pobres e trabalhadores ao consumo de carnes, por meio de redução de alíquota incidente sobre o produto?

Se todos pagarão menos tributos sobre a proteína nobre, anseio generalizado de pobres, remediados e ricos, não haveria aumento do consumo e, consequentemente, maior arrecadação, em termos relativos, desmentido o argumento neoliberal furado dos economistas vulgares e especuladores financeiros em geral de que haveria menos ingresso nos cofres da União?

Qual o problema, então, de facilitar para os mais pobres o acesso ao consumo de carne, que ficará mais barata se menor for o tributo incidente sobre essa proteína essencial à saúde da população?

Cai inflação e juros! - Os burocratas vulgares dizem que se o pobre comer mais proteína, será necessário aumentar a alíquota de 26,5% de referência geral que baliza a reforma tributária, para garantir aumento da arrecadação, que cairia se ampliar o consumo da carne com alíquota zero.

Verdade ou mentira?

O que os economistas vulgares não dizem é que, se o pobre comer mais carne mais barata, a inflação vai cair ainda mais, o que barra a estratégia do Banco Central Independente (BCI), igualmente, serviçal da Faria Lima, de elevar a taxa de juro, que expande dívida pública e esfria a economia, impedindo desenvolvimento sustentável com melhor distribuição da renda nacional.

A reforma tributária, dessa forma, contraria a elite financeira rentista, resistente ao maior consumo de carne pelos mais pobres, porque deixam de faturar mais com juros altos, quando o pobre está de barriga cheia.

* Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.

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