Caro Chico Buarque, você sabe muito bem o que é lutar para mandar no próprio destino, assim como sabe de tantas rodas-vivas que mandam nosso destino pra lá!

Você, Chico, que lutou contra ditadura – da mesma que os atores e diretores da peça que você escreveu,  espancados em São Paulo por trogloditas do Comando de Caça aos Comunistas – tem toda a razão do mundo para não querer que sua música faça parte daquele programa dito jornalístico, que bajula os golpistas atuais e enxovalha aqueles que vão contra a corrente.

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Sim, Chico, a gente cultivou durante 26 anos a mais linda roseira que há, que é a democracia, mas, de novo, chegou a roda-viva  que mandou a roseira pra lá. Mas vamos resistir. E resistimos inspirados em exemplos como o seu, que está sempre do lado certo, nas voltas do coração.

Não vamos, Chico, deixar que nossa luta seja uma ilusão passageira. Que a brisa traga de novo a democracia por ora usurpada, e que ela não deixe  de soprar, para que não fiquemos apenas com a saudade cativa no peito.

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Um abraço deste seu desde sempre admirador.

PS: Conheci um dos seus caros amigos, o Fernando Faro, e soube que foi ele que pediu para que a música fosse utilizada no tal do “Roda Viva”. Mas o Baixo, onde estiver, saberá compreender que não dava mais para mantê-la como trilha do programa de sabujos dos golpistas e algozes dos que resistem. Um programa daqueles que – licença para lhe parafrasear! – representam as ditas autoridades que “falam grosso com a Bolívia e fino com Washington.

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Roda mundo, roda-gigante
Roda moinho,  roda pião
O tempo rodou num instante
Nas voltas do meu coração

Chico aqui fala sobre a peça e o espancamento dos atores

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A atriz Cacilda Becker também fala do acontecimento