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Eduardo Guimarães

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Cassação da chapa Dilma-Temer afundaria o país de vez

O Brasil corre o risco de ter um governo eleito por quatro ou até cinco anos por via indireta. Sem necessidade de votos, sem necessidade de prender Lula ilegalmente. O capital coloca um preposto no poder para extirpar direitos sociais e trabalhistas e para entregar o Brasil a preço de banana

Michel Temer e desemprego (Foto: Eduardo Guimarães)
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O golpe parlamentar contra Dilma Rousseff foi um baque terrível para o Brasil. Não só para a democracia, mas para a economia. Foram incontáveis meses de processo na Câmara e no Senado. Do início do processo até o afastamento de Dilma, foi 2016 quase inteiro.

Além das versões e contraversões sobre golpe ou não-golpe serem ruins para a imagem do país, a economia permaneceu engessada durante todo o processo porque sua condução seria diametralmente diferente dependendo de quem fosse governar o país.

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No primeiro trimestre de 2016, o Produto Interno Bruto (PIB) teve queda de 0,3% em comparação com os três meses anteriores, segundo dados divulgados nesta quarta-feira (1º) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Foi a quinta queda trimestral seguida do PIB brasileiro.

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Os investimentos e o consumo das famílias foram destaque negativo do primeiro semestre. O investimento teve queda de 2,7% e o consumo de 1,7%. No primeiro trimestre de 2014, a taxa de investimento no Brasil era 20,9%; no primeiro trimestre de 2015, 19,5%; e no primeiro trimestre de 2016, o investimento no Brasil despencou para incríveis 16,9%.

Estamos afundando.

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Com a materialização do golpe, o investimento parou de cair. Ao menos o pânico foi controlado. Com isso, a piora do nível do emprego continua mas em ritmo igualmente controlado.

É ruim com Temer, mas termos ao menos um governo que se sabe quanto tempo vai durar ajudaria a evitar o pânico no mercado, com empresas demitindo preventivamente, com incerteza sobre quais serão as regras do jogo vigentes nos próximos meses ou anos.

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Porém, está surgindo o risco de o país enveredar por uma nova aventura, um segundo assalto à democracia que vai prejudicar este povo de uma forma terrível. E que, de quebra, ainda ensejará "soluções" antidemocráticas.

Na última sexta-feira, o presidente nacional da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Claudio Lamachia, sinalizou que a entidade pode vir a apoiar a queda de Michel Temer, que enfrenta um pedido de cassação no Tribunal Superior Eleitoral.

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Na verdade, porém, Temer não responde sozinho a esse processo. A ação foi impetrada pelo PSDB contra a chapa eleitoral que o atual presidente da República integrou com Dilma na eleição presidencial de 2014.

Qualquer condenação que tire o mandato de Temer, será condenação da chapa Dilma-Temer. Essa chapa não pode nem deve ser dissolvida ou separada nem para absolver, nem para condenar. Se absolverem Temer, devem absolver Dilma. Se condenarem Temer, Dilma será condenada.

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Não podem, porém, julgar os dois separadamente. Seria casuísmo contra um ou outro ou a favor de um ou outro sendo que os dois disputaram a eleição juntos. A menos que se prove que um dos dois agiu de forma diferente do outro ao arrecadar algum valor.

Pior do que a questão política, porém, é a questão democrática e, em segundo plano – ou não –, a questão econômica. Isso sem falar da imagem do Brasil.

Em termos democráticos e de imagem do país, trocar duas vezes de presidente no espaço de menos de um ano – talvez de poucos meses – seria uma tragédia.

Agora, do ponto de vista econômico seria um desastre. Mais incerteza igual a mais desemprego e mais inflação (demissões e reajustes "preventivos").

É um recado para o mundo: tudo pode acontecer no Brasil. As instituições não estão sólidas. Você não sabe que filosofia político-econômica vai viger no futuro imediato. Daí, convém não colocar um centavo em um país assim. Mesmo morando nele...

Mas talvez a pior consequência seja a consolidação final da "ditabranda" que se implantou no Brasil após o golpe parlamentar contra Dilma Rousseff.

Afinal, se a cassação de Temer ocorrer no ano que vem, com espaço de poucos meses da cassação de Dilma, teremos eleição indireta no Brasil. Provavelmente, com eleição de um presidente biônico cheio de penas e com bico grande.

Em artigo recente publicado na Folha de São Paulo, o ex-secretário pessoal de Fernando Henrique Cardoso Xico Graziano defendeu que seu ex-chefe seja indicado presidente da República sem ter recebido um mísero voto, simplesmente por ele ser "o cara".

Essa história se baseia na cassação de Temer. Graziano lançou o balão de ensaio.

O Brasil corre o risco de ter um governo eleito por quatro ou até cinco anos por via indireta. Sem necessidade de votos, sem necessidade de prender Lula ilegalmente.

O capital coloca um preposto no poder para extirpar direitos sociais e trabalhistas e para entregar o Brasil a preço de banana. Aliás, convenhamos que, se a ideia é vender o Brasil a preço de banana para o capital estrangeiro, FHC é o mais "preparado".

Tem larga experiência...

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