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Luis Costa Pinto

Luis Costa Pinto é jornalista, escritor e consultor na Ideias, Fatos e Texto. É também membro do Jornalistas pela Democracia. Twitter: @LulaCostaPinto, Facebook: lula.costapinto

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Celso de Mello e Os Três Patetas

Luis Costa Pinto, do Jornalistas pela Democracia, faz referência aos ministros Braga Neto (Casa Civil), Augusto Heleno (GSI) e Luiz Eduardo Ramos (Secretaria de Governo). "A depender da postura deles", afirma o colunista, o ministro do STF Celso de Mello "poderá dizer que vingou o Brasil pondo um simulacro de Três Patetas no lugar que o destino reservou para eles"

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Por Luis Costa Pinto, do Jornalistas pela Democracia

Ante a doença incapacitante que acometeu o ditador Arthur da Costa e Silva, em 1969, e para evitar a assunção do vice civil, Pedro Aleixo, os generais que regiam o regime de exceção instalado com o golpe de 1964 inventaram uma Junta Militar para governar o Brasil até a entrega do poder a outro ditador, Emílio Médici, no ano seguinte. Daí o ministro do Exército, general Lira Tavares; o ministro da Marinha, almirante Augusto Rademaker; e o ministro da Aeronáutica, brigadeiro Sousa Melo; estabeleceram o triunvirato de comando num Estado antidemocrático e assassino. Ulysses Guimarães os definiu como “Os Três Patetas”. Foi assim que passaram à História.

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Mais uma vez, há um incapacitado na presidência da República. Novamente, pertenceu aos quadros do Exército. Ao contrário de Costa e Silva, no entanto, vítima de sucessivos derrames cerebrais, Jair Bolsonaro é incapacitado por ser vil, perverso, ignorante, desqualificado e por defender despudoradamente a horda de canalhas e chauvinistas que o cercam tanto no seio familiar, quanto na equipe de governo. Inepto para gerir o país, entregou algumas funções vitais do que poderia ser um governo a três generais: Braga Neto, da Casa Civil; Augusto Heleno, do Gabinete de Segurança Institucional; e Luiz Eduardo Ramos, da Secretaria de Governo.

O trio que deveria exercer alguma tutela sobre Bolsonaro, haja vista a inaptidão dele para o exercício de qualquer ação de comando, está convocado a depor no âmbito do inquérito aberto pela Procuradoria Geral da República e conduzido pelo ministro Celso de Mello a fim de investigar crimes cometidos pelo presidente. O acusador é o ex-juiz e ex-ministro Sérgio Moro, presidenciável dos sonhos dos militares aquartelados em um Palácio do Planalto convertido em covil de bolsonaristas raivosos e revanchistas. Caso desdenhem da convocação e faltem ao compromisso que têm com a Justiça para falar a verdade, poderão ser conduzidos coercitivamente e sob varas – como, aliás, sói acontecer a qualquer cidadão brasileiro independente do estrato social, função ou patente que exerça.

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Passaram-se 51 anos desde a indevida ascensão da Junta Militar ao poder. Quem deveria ter assumido, ali, era o civil Pedro Aleixo – e talvez tivéssemos abreviado a noite infeliz e tenebrosa que se abateu sobre o país por duas décadas. Quando começar a ouvir os argumentos defensivos dos generais Braga Neto, Augusto Heleno e Ramos, o ministro Celso de Mello estará começando a escrever o epílogo de sua densa e memorável biografia forjada no Supremo Tribunal Federal. A depender da postura que decidirem adotar as testemunhas fardadas de Bolsonaro, o decano do STF ainda poderá dizer que vingou o Brasil pondo um simulacro de Três Patetas no lugar que o destino reservou para eles. 

O trio de testemunhas engalanadas com coturnos e divisões terá de decidir se deporá contra ou a favor de um genocida que avilta o povo brasileiro.

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