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Certezas e mitos

Culpar Dilma por chegarmos nessa crise sem precedentes é fechar os olhos a uma necessidade urgente de reinvenção do PT e da esquerda, que precisa ser mais jovem, mais criativa, com mais capacidade de diálogo

Culpar Dilma por chegarmos nessa crise sem precedentes é fechar os olhos a uma necessidade urgente de reinvenção do PT e da esquerda, que precisa ser mais jovem, mais criativa, com mais capacidade de diálogo (Foto: Leonardo Aragão)
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A entrevista da presidenta Dilma Rousseff ao jornalista Roberto Cabrini, do SBT, confirma impressões e desfaz certos mitos que circulam entre parte da esquerda, inclusive a petista.

Reforça alguns valores que fizeram parte de toda a trajetória de vida da presidenta: resistência para lutar até o fim contra sua cassação injusta, resiliência contra o massacre pessoal e político que vem sofrendo, garra e coragem ao se dispor a enfrentar de peito aberto dois terços do Senado que estão ávidos por enterrar os 13 anos de um governo de esquerda no país.

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Sobre os mitos, o mais importante deles e que alguns teimam em repetir, é trazer o debate feito em 2009 e 2010 se Lula acertou ao defender Dilma como sucessora de seu legado. Agora, à luz da conjuntura atual, em que a presidenta está fragilizada, pressionada e acusada por crimes que não cometeu, é fácil apontar as baterias e atribuir a ela os erros que levaram ao cerco feito à gestão, sobretudo o segundo mandato.

Lembremos que Dilma assumiu o ministério da Casa Civil durante a maior crise institucional dos oito anos de Lula, após a queda de José Dirceu, que não era apenas o homem forte do governo, mas uma referência histórica da esquerda latino-americana. Não somente voltou a fazer o governo andar, como coordenou a execução de programas que alteraram a paisagem social deste país de tal maneira que permitiram a Lula, mesmo acossado pelo episódio do mensalão, ter a maior votação até então de um presidente da República, em 2006.

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Lembremos que no segundo mandato de Lula o Brasil alcançou tamanha projeção internacional e crescimento econômico com redistribuição de renda que pela primeira vez na História nos tornamos uma referência positiva em praticamente todos os cantos do planeta. Apesar das várias virtudes do ex-presidente, tenho certeza que tal êxito não seria possível sem uma ministra da Casa Civil capaz de auxiliá-lo em sua jornada, inclusive na relação com os demais ministérios e parlamentares.

Dilma errou sim. Pode ter sido inábil na articulação política, na escolha de ministros, na relação com os movimentos sociais. Contudo, lembremos que ela, assim como @s militantes lutadores e lutadoras deste país, esbarra em um sistema político e eleitoral corrompido, apodrecido e ultrapassado, e que o seu próprio partido (o meu também, diga-se), teve pouca ou nenhuma disposição de enfrentar.

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Culpar Dilma por chegarmos nessa crise sem precedentes é fechar os olhos a uma necessidade urgente de reinvenção do PT e da esquerda, que precisa ser mais jovem, mais criativa, com mais capacidade de diálogo pra fora do círculo, menos machista (será que se fosse um homem no lugar dela estaríamos fazendo as mesmas críticas?), que não renovou suas lideranças e que tenha mais disposição de enfrentar uma página de tempos tenebrosos, em que apenas a capacidade de costurar acordos parlamentares e de gabinetes será insuficiente para impedir retrocessos, garantir e ampliar conquistas sociais consolidadas junto aos mais desfavorecidos

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