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Ribamar Fonseca

Jornalista e escritor

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Chega de ameaças! Alguém precisa acabar com essa loucura!

"O TSE, sob a presidência de Barroso, precisa assumir seu papel e, legalmente, conter o enlouquecido capitão, afastando-o da Presidência", defende o jornalista Ribamar Fonseca

(Foto: STF | Alan Santos/PR)
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Por Ribamar Fonseca 

Bolsonaro admitiu, finalmente, sem a menor cerimonia, que não tem provas sobre as reiteradas denúncias de fraudes nas eleições de 2018. E ainda  voltou a atacar o presidente do Tribunal Superior Eleitoral, ministro  Roberto Barroso, que tem contestado seu projeto de retorno do voto impresso. Parece claro que se houve fraude nas últimas eleições presidenciais Bolsonaro foi o grande beneficiário, pois foi ele o eleito. E ninguém questionou o resultado das urnas, aceitando e respeitando  o veredito popular, o que significa que todos, especialmente os seus concorrentes,  confiaram e confiam no sistema eleitoral brasileiro. Na verdade, não deixa de ser estranho que justamente  o candidato eleito alegue fraude que, se de fato ocorreu, contaminou sua eleição  e, portanto, seu mandato não tem nenhuma legitimidade.  Por isso, há muito  já deveria ter sido cassado pela justiça eleitoral.

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 Ele, porém, não insiste apenas nessa denúncia maluca de supostas fraudes: vai além, ao ameaçar cancelar as eleições caso o voto impresso não seja adotado no pleito do próximo ano. Diante dessa ameaça permanente à democracia já  está passando da hora da tomada de uma atitude mais concreta das instituições, especialmente dos tribunais superiores,  para conter as bravatas irresponsáveis do próprio Presidente da República, que desacata todo mundo e não respeita nem o cargo que ocupa, tumultuando a vida nacional. Ele faz o que bem entende, agride todos que o  criticam, faz ameaças  e ninguém faz absolutamente nada, muito menos as autoridades que podem puni-lo, afastando-o do cargo, respaldadas na Constituição. Parece que ele conseguiu intimidar todo mundo com seus blefes sobre o apoio das Forças Armadas e seus rompantes ditatoriais, comportando-se como se fosse o dono do Brasil. É preciso dar um basta nas suas atitudes insanas.   

Ninguém tem dúvidas de que sua insistência em denunciar supostas  fraudes no sistema eleitoral eletrônico, empenhando-se ao mesmo tempo ´para o retorno do voto impresso, não passa de uma estratégia para criar um clima que lhe permita questionar o resultado das eleições do próximo ano. Ele sabe que não se reelegerá e, portanto, se prepara para tumultuar o processo, a exemplo de Donald Trump nos Estados Unidos, fazendo tudo o que for possível para permanecer no poder, mesmo que para isso tenha de recorrer à força. Ele gostou do poder, assim como os que subiram junto – como o general Braga Neto, por exemplo – e ninguém quer largar o osso.  E nessa empreitada ele deve contar com a participação de todos os que chegaram ao poder na sua esteira e que sabem que se ele cair cairão juntos.  

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O fato é que a  perspectiva da vitória de Lula nas eleições do próximo ano, já desenhada pelas pesquisas de intenção de voto, está enlouquecendo Bolsonaro, bolsonaristas e  antipetistas das elites. Desde que as pesquisas começaram a mostrar o crescimento do ex-presidente, que pode vencer o pleito já no primeiro turno, tiveram início as articulações destinadas a impedir o seu retorno ao Palácio do Planalto. Além do cancelamento das eleições, ameaça feita por um desesperado Bolsonaro, tem gente queimando os neurônios para inventar alguma manobra que, no mínimo,  possa retirar os poderes do próximo Presidente da República, caso se confirme a vitória de Lula. A mais recente invenção é a implantação do semipresidencialismo no país, uma espécie de parlamentarismo que transfere os poderes para o Primeiro Ministro, cujo projeto de emenda constitucional tem sua aprovação no Congresso Nacional articulada pelo presidente da Câmara, Arthur Lyra, o mesmo que está sentado sobre mais de 100 pedidos de impeachment de Bolsonaro.  

Mais uma vez recorre-se, desavergonhadamente, ao casuísmo para atender interesses localizados, indiferentes aos interesses do povo. Na verdade, como denunciou o ministro Ricardo Lewandowski, do Supremo Tribunal Federal, em artigo publicado pela Folha de São Paulo, isso é mais uma tentativa de golpe, que tem o apoio de jornalões como o Estado de São Paulo, representante das elites. Como o Supremo frustrou o golpe dado pelo então juiz Sergio Moro que, com a parceria da Globo e cumplicidade do governo norte-americano, montou uma farsa para impedir Lula de voltar ao poder em 2018 – o que abriu caminho e facilitou a eleição de Bolsonaro – as mesmas forças que destituíram a presidenta Dilma Roussef e colocaram o ex-presidente petista na cadeia estão se movimentando para barrá-lo no pleito do próximo ano. Diante das pesquisas, no entanto, conclui-se que só com um golpe impedirão Lula de voltar ao poder, pois o desastre do governo Bolsonaro fortaleceu a caminhada do ex-presidente em direção ao Palácio do Planalto. Ele é o único que pode derrotar o capitão-covid.  

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Bolsonaro sabe que Lula será eleito e, por isso, intensificou os ataques a ele, inclusive com a disseminação de fakenews nas redes sociais. Lula, obviamente, é o seu maior pesadelo, razão porque não conseguiu esquecê-lo nem mesmo quando internado no hospital paulista para tratar uma obstrução do intestino. Aliás, considerando as postagens e declarações do capitão durante sua estada no hospital, além do uso do episódio para fins políticos, há quem acredite que tudo não teria passado de mais uma farsa do Presidente, tentando sensibilizar o povo no momento em que sua popularidade derrete nas pesquisas. Na verdade, ao sair do hospital ele não parecia um paciente em convalescença. E voltou a afirmar que “só Deus o tira da cadeira de Presidente”, o que significa dizer que ele não pretende deixar o cargo mesmo derrotado nas urnas, pois todo mundo sabe que o mesmo povo que o colocou na cadeira vai defenestrá-lo. E ao mandá-lo para o hospital, com o intestino obstruído, Deus já deu um sinal de que poderá tirá-lo da cadeira a qualquer hora.    

 A verdade é que se Deus não tirá-lo antes da cadeira presidencial o único que pode fazê-lo no momento, considerando a impossibilidade de impeachment pela subserviência do Congresso,  é o Tribunal Superior Eleitoral, onde tramitam ações pedindo a cassação da sua chapa. Chega de palavrório e notinhas de repúdio, que são ignorados solenemente por Bolsonaro. O TSE, sob a presidência de Barroso, precisa assumir seu papel e, legalmente, conter o enlouquecido capitão, afastando-o da Presidência. Afinal, ninguém aguenta mais vê-lo passeando de moto enquanto o povo faminto enfrenta filas para comer ôsso. De qualquer modo, como o mandato de Presidente da República é de quatro anos, se o TSE não tomar nenhuma providência ele sairá de qualquer maneira no final do próximo ano, com a posse do novo Presidente. E essa cambada toda que apoia suas loucuras na Câmara dos Deputados – e imagina que seus mandatos são perpétuos – também voltará para casa. Ou  para a cadeia.  

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