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Moisés Mendes

Moisés Mendes é jornalista, autor de “Todos querem ser Mujica” (Editora Diadorim). Foi editor especial e colunista de Zero hora, de Porto Alegre.

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Chegou a hora dos pixulequeiros fardados

"A CPI terá feito um trabalho pela metade se conseguir derrubar Ricardo Barros por cima de Bolsonaro, mas deixar intacta a estrutura de poder e de negócios montada com suporte militar"m escreve o jornalista Moisés Mendes. "As evidências são de que eles eram protagonistas da pixulecagem"

CPI da Pandemia, Ricardo Barros e Jair Bolsonaro (Foto: Jefferson Rudy/Agência Senado | Alan Santos/PR | Isac Nóbrega/PR)
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Por Moisés Mendes, do Jornalistas pela Democracia 

Se formassem e dividissem ao meio uma bancada de interrogados com passagem pelo governo, na CPI do Genocídio, com civis subalternos de um lado e militares de outro, é provável que os fardados já tivessem maioria. 

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A grande imprensa vem escondendo os militares que prestam ou prestaram serviços a Bolsonaro, com a desculpa de que precisa pegar antes os civis de Ricardo Barros. Mas os civis da facção do Paraná são bagres, todos mandaletes sem relevância. 

São úteis no esforço para incriminar o líder de Bolsonaro na Câmara e o próprio Bolsonaro, mas ninguém se lembrará deles depois de amanhã. 

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Podem juntar dezenas de civis do Ministério da Saúde, todos envolvidos com propinas de vacinas, cloroquina, testes, máscaras e seringas, mas eles não valerão uma dúzia de oficiais do time de Pazuello.

Os peões de Ricardo Barros trabalhavam com um coronel a tiracolo. Estão sendo fortalecidos os indícios de que os coronéis de Pazuello e de Bolsonaro davam legitimidade aos negócios. 

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A corrupção precisava se fardar para assumir ares de sobriedade e oferecer segurança à clientela. O coronel Marcelo Blanco da Costa, que apareceu agora, na denúncia de propina do homem da Davatti, é uma cara nova em meio a caras já manjadas.

Blanco da Costa participou do jantar em que o então diretor de Logística do Ministério da Saúde, Roberto Ferreira Dias, pediu a um pretenso emissário da Astrazeneca US$ 1 dólar de gorjeta por dose de vacina comprada.

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Já se sabe que o coronel criou uma empresa, dias antes do jantar no dia 25 de fevereiro, a Valorem Consultoria em Gestão Empresarial, para representar outras empresas da área de medicamentos e materiais da área da saúde.

É talvez o mais empreendedor de todos e se preparava para atuar como intermediário. Como era assessor de Ferreira Dias na área de logística, seria, pelo que se deduz da denúncia, o candidato a atravessador na compra com propina de US$ 1 por dose.

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Blanco da Costa se junta a outros coronéis. Élcio Franco, o ex-secretário-executivo do Ministério da Saúde, era o poderoso centralizador das compras de vacinas no tempo de Pazuello.

Os irmãos Miranda temiam Franco, porque ele mandava em todos os envolvidos na tentativa de compra apressada e superfaturada da Covaxin. 

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Sob as ordens de Franco, que estava abaixo apenas de Pazuello, trabalhavam os coronéis Marcelo Pires, ex-diretor de Programa do Ministério da Saúde, e Alex Lial Marinho, ex-coordenador-geral de Logística e Aquisições de Insumos Estratégicos para Saúde.

Todos foram denunciados pelos irmãos Miranda na CPI por participação na estrutura montada para fazer pressão na compra da Covaxin. 

Temos ainda o coronel Roberto Criscuoli, que já admitiu ter facilitado os contatos que levaram Luiz Paulo Dominguetti, da Davati, a Roberto Ferreira Dias. 

O servidor Luís Ricardo Miranda chegou a sugerir, sem citar o nome, que o coronel seria o lobista que pediu propina a um colega seu no Ministério da Saúde para intermediar a venda de vacinas.

Criscuoli é apontado como membro do que chamam de Abin paralela, que dá suporte de “inteligência” a Bolsonaro. Claro que só atua nessa tarefa especial por ser próximo de Bolsonaro.

Tem mais militar em situação ruim, em outras periferias dos negócios proporcionados pela chegada de Eduardo Pazuello com seus coronéis ao Ministério da Saúde. 

Tem o coronel George Divério, ex-superintendente do Ministério da Saúde no Rio, que contratou sem licitação as reformas no prédio do órgão avaliadas em superfaturados R$ 28,9 milhões.

Se aparecerem mais nomes, é possível formar logo um batalhão só de suspeitos de envolvimento em negócios da pandemia. 

Pazuello se queixava das tentativas de pixuleco e disse aos irmãos Miranda que trabalhava sob pressão dos pixulequeiros. Todos certamente seus conhecidos e muitos deles fardados.

A CPI terá feito um trabalho pela metade se conseguir derrubar Ricardo Barros por cima de Bolsonaro, mas deixar intacta a estrutura de poder e de negócios montada com suporte militar.

São esses os mais protegidos pela grande imprensa e tratados como se fossem coadjuvantes ou figurantes. As evidências são de que eles eram protagonistas da pixulecagem.

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