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Luiz Alberto Gómez de Souza

Formado em Ciências Jurídicas e Sociais, pós-graduado em Ciência Política, doutor em Sociologia. Autor de mais de cem artigos em revistas brasileiras e internacionais e colaborador e organizador de vários livros

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Chile e Bolívia: o povo como poder

Para Luiz Alberto Gomez de Souza, Chile e Bolívia trazem uma grande lição: “a pressão popular encurrala um governo direitista lá e uma presidente racista e ilegítima ali”. “E no Brasil? Onde está o povo para deter a entrega da nação?”, indaga

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Esses dois países trazem uma grande lição. A pressão popular encurrala um governo direitista lá e uma presidente racista e ilegítima ali.

No Chile, desde 18 de outubro, multidões saem à rua. Lembremos a previsão de Allende: “Más temprano que tarde volverá el pueblo a las grandes alamedas”. Piñera, encurralado, propõe que o atual Congresso se torne poder constituinte. As multidões não aceitam. Querem um plebiscito e então convocar um novo legislativo como poder constituinte. Já agora o povo é, de fato, um poder constituinte em ação. Os partidos, do comunista ao democrata cristão, apoiam o clamor das ruas, mas a iniciativa é deste.

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Na Bolívia derrubaram um presidente aimara, Evo Morales e usurpou a presidência uma senadora, Jeanine Añaz, que se declara branca e cristã, desprezando os indígenas, maioria no país. Estes descem do El Alto aos milhares e se rebelam no Chapare, região cocalera, terra de Evo e em outros pontos do país. A repressão tem sido violenta, condenada pela Comissão Interamericana de Direitos Humanos. Apesar das dificuldades, o Congresso de reuniu, onde o partido de Evo, o MAS, tem maioria e nomeou outra presidente, chamando a eleições livres. Temos uma dualidade de poder. Nada consegue parar a pressão das ruas, apesar da terrível violência militar. É possível que o exército se divida. Uma vez mais, é a pressão popular em ação.

Esta é a grande novidade: as ruas como grande areópago decisório. Conseguirão impor-se? Uma democracia direta, participativa, em curso. Na falência dos poderes vigentes, ela se substitui a eles. Volta o refrão chileno: “O povo unido jamais será vencido”. Pode ser que este seja calado pelo poder das armas. Mas mesmo neste caso terá ficado a lição: desde a comuna de Paris (1871) não se via uma pressão destas, na prática insurrecional nos dois países.

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E no Brasil? Onde está o povo para deter a entrega da nação por um governo obtuso e com complexo de vira-lata? Anestesiado? Desmobilizado por uma esquerda que não soube dialogar com as bases sociais? O povo saiu às ruas em junho de 2013. Esse dinamismo se esgotou e foi capturado depois pela direita autoritária. Acorda Brasil!

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