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Emir Sader

Colunista do 247, Emir Sader é um dos principais sociólogos e cientistas políticos brasileiros

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China e Trump saem fortalecidos

"Nunca os Estados Unidos puderam deixar de usar a superioridade militar para impor seus interesses, como nesta crise", diz Emir Sader sobre a guerra na Ucrânia

Donald Trump e Xi Jinping (Foto: REUTERS / Carlos Barria)
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Por Emir Sader 

A crise ainda não terminou. Ninguém pode dizer até onde ela irá e que desdobramentos pode ter. Mas já há posições conquistadas e desgastes reais de uns e outros, para nos darmos conta que o mundo que sair desta crise será diferente daquele de quando ela entrou.

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Biden não cansa de dizer que nunca Putin esteve tão isolado no mundo. E tem razão. Embora nunca um presidente dos Estados Unidos esteve com tão pouco apoio nesta altura do mandato, do que ele.

Nunca os Estados Unidos puderam deixar de usar sua superioridade militar para impor seus interesses, como nesta crise. Nunca teve tanto que se limitar a impor sanções e a buscar aliados para isolar ao inimigo, saindo derrotado militarmente, como nesta crise.

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De todos os nós em que se articula desta crise, saem fortalecidos a China, no plano internacional e o Donald Trump, dentro dos Estados Unidos.

Putin deve conseguir impedir que a Otan instale suas bases na Ucrânia. Ao preço de um grande desgaste externo e de danos graves à economia do país. Ele se valeu da impossibilidade de um enfrentamento militar direto entre a Rússia e os Estados Unidos, o que levaria à destruição de ambos, para tomar a iniciativa.

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Com a iniciativa de invadir a Ucrânia, ganhou posições militares, que podem lhe permitir impedir que a Otan instale bases militares na Ucrânia, com o ingresso desta à Otan. Mas corre um grave risco de desgaste inclusive dentro da Rússia, pelas consequências dos efeitos econômicos e sociais das sanções que o país sofre.

Os acordos de Minsk já impediam esta possibilidade, impediam que houvesse tropas nas fronteiras da Rússia, mas foram desrespeitados pelos Estados Unidos, pela Otan e pela própria Ucrânia.

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Biden tem contra si a maioria dos norte-americanos, que acredita muito mais em Donald Trump do que nele. Antes mesmo desta crise a perspectiva era de que os republicanos conseguissem maioria também na Câmara, projetando um presidente pato manco para toda a segunda metade do seu mandato.

Agora ele se depara com um Partido Republicano que assumiu como posição oficial de que a invasão do Capitólio teria sido legítima. Se depara com um Donald Trump que conquistou a maioria dos norte-americanos para sua posição de que se ele fosse o presidente, a guerra da Ucrânia não teria acontecido, pelas suas relações diretas com o Putin.

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Se Biden já não seria candidato à reeleição, Kamala Harris se revela uma vice-presidenta fraca, que não se diferencia em nada das posições de Biden e que dificilmente seria uma candidata à altura de enfrentar Trump na campanha presidencial.

A posição da China se revela a mais equilibrada: contra a guerra e contra as sanções à Rússia. Depois de estabelecer um acordo estratégico com a Rússia, um bloco cuja força os Estados Unidos nunca tinham enfrentado. A combinação entre a força da economia chinesa e o poderio militar russo resultam em uma aliança mais expressiva no mundo.

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O mundo que sai da crise atual ainda não está configurado. Mas certamente terá Estados Unidos mais enfraquecidos, especialmente com os desgastes da presidência de Biden e a ameaça de retorno de Trump.

A China se consolida também como liderança política, além do poder econômico, que a projeta como a economia mais forte já ao final da década atual.

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