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Alex Solnik

Alex Solnik é jornalista. Já atuou em publicações como Jornal da Tarde, Istoé, Senhor, Careta, Interview e Manchete. É autor de treze livros, dentre os quais "Porque não deu certo", "O Cofre do Adhemar", "A guerra do apagão" e "O domador de sonhos"

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China no topo do mundo; Trump na lama

"A principal consequência geopolítica da epidemia será a ascensão da China ao primeiro lugar no ranking das potências mundiais, deixando para os EUA de Donald Trump a vice-liderança", diz o jornalista Alex Solnik

Presidente dos EUA, Donald Trump, e presidente da China, Xi Jinping (Foto: REUTERS/Kevin Lamarque)
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A principal consequência geopolítica da epidemia será a ascensão da China ao primeiro lugar no ranking das potências mundiais, deixando para os EUA de Donald Trump a vice-liderança.

Trump perderá seu mote principal - “America First” - que será trocado por “America second”.

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Não quero aqui detalhar comparações econômicas e estatísticas entre o país de Trump e o de Xi Jinping, não vou analisar curvas de crescimento de exportações e importações, nem fazer conjecturas acerca de quanto os EUA sairão mais pobres dessa catástrofe.

O fato é que já está claro, apenas quatro meses depois do início da hecatombe que a China conseguiu lidar muito melhor com ela do que qualquer outro país e já saiu do sufoco.

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O primeiro sinal de que a partir da crise a China passa a liderar o planeta é que o mundo todo copiou o que ela fez.

Os chineses não esperaram a Organização Mundial da Saúde dizer o que tinha de ser feito, ela se encarregou de tomar as iniciativas e fez o que só um governo forte poderia ter feito: fechou o país, mandou as pessoas ficarem em casa.

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À medida em que o vírus aportava em outras plagas, cidade após cidade, país após país, passaram a fazer o mesmo: obrigar todo mundo a se trancar em casa, por bem ou por mal, com raras escapadelas ao supermercado ou à farmácia.

Agora que a China voltou à vida quase normal, depois de dois ou três meses de reclusão, o mundo mais uma vez procura o gigante da Ásia para comprar desde máscaras a respiradores e leitos de UTI, em quantidades mastodônticas,  em meio a brigas entre os compradores, nas quais Trump é seguidamente denunciado por querer ficar com a parte do leão ou confirmar a máxima “farinha pouca, meu pirão primeiro”.

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O fato é que a cada vez que aparece na TV Trump parece estar mais abatido e mais triste, carregando nas costas as centenas de milhares de vítimas em seu país e já antevendo as enormes perdas para a economia americana.

Foi notável a mudança abrupta nas suas relações com Xi. Há algumas semanas ele movia uma guerra comercial contra os chineses tentando boicotar o lançamento mundial de seu sistema 5G, mas há alguns dias ele telefonou a Xi para pedir arrego: falou em solidariedade e não em concorrência.

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Sim, aconteceu o que no começo do ano, quando Trump cantava de galo no topo do mundo, ninguém poderia prever: ele pediu ajuda aos chineses.

E continua dependendo deles, de quem compra milhões de dólares em material hospitalar

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Esmagado sob números acachapantes de mortos e desempregados, muito superiores aos da Guerra do Vietnã (48 mil mortos), Trump se distancia cada vez mais da reeleição, derrotado na Guerra ao Coronavírus.

A principal consequência geopolítica da epidemia será a ascensão da China ao primeiro lugar no ranking das potências mundiais, deixando para os EUA de Donald Trump a vice-liderança.

Trump perderá seu mote principal - “America First” - que será trocado por “America second”.

Não quero aqui detalhar comparações econômicas e estatísticas entre o país de Trump e o de Xi Jinping, não vou analisar curvas de crescimento de exportações e importações, nem fazer conjecturas acerca de quanto os EUA sairão mais pobres dessa catástrofe.

O fato é que já está claro, apenas quatro meses depois do início da hecatombe que a China conseguiu lidar muito melhor com ela do que qualquer outro país e já saiu do sufoco.

O primeiro sinal de que a partir da crise a China passa a liderar o planeta é que o mundo todo copiou o que ela fez.

  Os chineses não esperaram a Organização Mundial da Saúde dizer o que tinha de ser feito, ela se encarregou de tomar as iniciativas e fez o que só um governo forte poderia ter feito: fechou o país, mandou as pessoas ficarem em casa.

À medida em que o vírus aportava em outras plagas, cidade após cidade, país após país, passaram a fazer o mesmo: obrigar todo mundo a se trancar em casa, por bem ou por mal, com raras escapadelas ao supermercado ou à farmácia.

Agora que a China voltou à vida quase normal, depois de dois ou três meses de reclusão, o mundo mais uma vez procura o gigante da Ásia para comprar desde máscaras a respiradores e leitos de UTI, em quantidades mastodônticas,  em meio a brigas entre os compradores, nas quais Trump é seguidamente denunciado por querer ficar com a parte do leão ou confirmar a máxima “farinha pouca, meu pirão primeiro”.

O fato é que a cada vez que aparece na TV Trump parece estar mais abatido e mais triste, carregando nas costas as centenas de milhares de vítimas em seu país e já antevendo as enormes perdas para a economia americana.

Foi notável a mudança abrupta nas suas relações com Xi. Há algumas semanas ele movia uma guerra comercial contra os chineses tentando boicotar o lançamento mundial de seu sistema 5G, mas há alguns dias ele telefonou a Xi para pedir arrego: falou em solidariedade e não em concorrência.

Sim, aconteceu o que no começo do ano, quando Trump cantava de galo no topo do mundo, ninguém poderia prever: ele pediu ajuda aos chineses.

E continua dependendo deles, de quem compra milhões de dólares em material hospitalar

Esmagado sob números acachapantes de  desempregados e, sobretudo, de mortos previstos, muito mais que na Guerra do Vietnã (48 mil), Trump se distancia cada vez mais da reeleição, derrotado na Guerra ao Coronavírus.

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