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Jeferson Miola

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Cobiça do ministro Múcio e dos militares reforça necessidade de extinção do GSI

"A manutenção do GSI representa um risco permanente à democracia, como bem evidenciaram os atos de 8 de janeiro", escreve o colunista Jeferson Miola

Gabinete de Segurança Institucional e o ministro da Defesa, José Múcio (Foto: Reprodução / Marcelo Camargo - Agência Brasil)
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A cobiça do ministro da Defesa José Múcio Monteiro e das cúpulas fardadas na manutenção do GSI como território de domínio dos militares reforça necessidade de extinção do GSI.

Para preservar o GSI e, ainda por cima, mantendo-o controlado pelos militares, o ministro Múcio “até admite” a mudança de nome do órgão, desde que continue controlado por generais conspiradores e colonizado por militares da estirpe daqueles que trataram os criminosos que vandalizaram o Planalto com escandalosa amabilidade e camaradagem.

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“Tem que ter um sistema misto [?], como sempre foi. Acabar não. Pode até mudar o nome, outra sigla, mas acabar com o GSI, não. Aquilo [sic] é instrumento de trabalho do presidente da República”, declarou Múcio.

O GSI é o sucessor contemporâneo do ancestral SNI, o Serviço Nacional de Informações da ditadura militar. Em 2015, a presidente Dilma extinguiu o órgão.

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Não por acaso, imediatamente após o golpe oligárquico-militar que derrubou Dilma, uma das primeiras providências dos militares quando da instalação do usurpador Temer no Planalto foi a recriação do GSI com a designação do general conspirador Sérgio Etchegoyen para o cargo de ministro, por meio da Medida Provisória nº 726, de 12 de maio de 2016.

Ainda que não se soubesse com a certeza que se tem hoje, já naquela época estava claramente delineado o projeto secreto dos militares para tomar o poder com Bolsonaro, tanto que a candidatura do capitão havia sido lançada na AMAN 18 meses antes, em 29 de novembro de 2014, quando a Academia era comandada pelo general Tomás Ribeiro Paiva, ninguém menos que o atual comandante do Exército.

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O GSI foi fundamental no exercício permanente da tutela da democracia pelos militares. E foi, também, uma peça central para o governo militar a partir da eleição de Bolsonaro.

É desta relevância estratégica do GSI para o projeto de poder dos militares que advém tamanha cobiça das cúpulas partidarizadas das Forças Armadas em continuarem controlando este órgão instalado no coração do poder civil.

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O GSI já tinha sido esvaziado na transição de governo, quando o presidente Lula prudentemente optou pela segurança da PF em lugar da tradicional segurança por militares – inconfiáveis, dado que totalmente bolsonarizados e movidos por um irascível ódio antipetista.

Após os atentados criminosos de 8 de janeiro, o governo transferiu a ABIN para a Casa Civil, o que significou o esvaziamento completo do GSI.

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Hoje o órgão está convertido numa repartição militar inútil dentro do Palácio do Planalto. Não tem nenhuma atribuição essencial, salvo a de albergar militares conspiradores, vinculados à extrema-direita, que representam uma ameaça permanente ao governo e à democracia.

No caso dos militares, vale ser observado o mesmo princípio que Leonel Brizola adotava em relação à Rede Globo: “Quando vocês tiverem dúvidas quanto à posição a ser tomada diante de qualquer situação, atentem … Se a Globo [Múcio/militares] for a favor, somos contra. Se for contra, somos a favor!”.

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A extinção do GSI é um passo importante que precisa ser dado para se avançar na desfascistização e na desmilitarização do Estado e da sociedade brasileira. A permanência do GSI interessa exclusivamente aos militares, não ao poder civil e à restauração do Estado de Direito.

A manutenção do GSI representa um risco permanente à democracia, como bem evidenciaram os atos de 8 de janeiro, quando militares vinculados ao general Heleno e às cúpulas das Forças Armadas participaram dos ataques à democracia e da devastação do Palácio do Planalto.

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