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Rene Marcio Ruschel

Jornalista em Curitiba

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Com Dilma, é olhar pra frente

No Brasil, em anos de eleição à presidência da República, a elite verde-amarela encontra um campo fértil para destilar o preconceito contra tudo aquilo que imagina não ser os seus interesses

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Karlos Rischbieter, um catarinense radicado no Paraná, foi ministro da Fazenda no governo do último dos generais ditadores, João Figueiredo. Depois, assumiu a presidência do Conselho de Administração da Volvo. Em 2008, fui entrevistá-lo para a revista Brasileiros. A pauta era o livro autobiográfico que acabava de lançar. Na conversa, Rischbieter começa a falar sobre política. Pergunto em quem havia votado para presidente. "Votei no Lula. Nas duas vezes".

Surpreso, quis saber porque um capitalista convicto escolheu o candidato petista. "Pela primeira vez um presidente teve a ousadia de adotar uma política econômica que visava a distribuição de renda. Claro que as desigualdades continuam, mas essa foi a primeira tentativa que deu certo" afirmou. Insisto em perguntar como seu círculo de amigos, a chamada "elite branca", reagiu. "Todos são anti-Lula. Por puro desprezo, preconceito. Justificam com argumentos do tipo 'ele não sabe falar, erra o português...'. Eu costumo responder que o Lula é o Brasil. Aliás, ele tem a cara deste país, com todos os seus defeitos e virtudes."

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No Brasil, em anos de eleição à presidência da República, a elite verde-amarela encontra um campo fértil para destilar o preconceito contra tudo aquilo que imagina não ser os seus interesses. Em sua maioria míopes sociais e analfabetos políticos, são incapazes de compreender que somos uma nação gigantesca, com uma dívida social que se acumula ao largo de mais de quinhentos anos. Preferem dividir o Brasil entre a Casa Grande e a senzala. Insensíveis à fome e a miséria que insiste em permanecer, tornam-se cegos pelo poder e ávidos pela ganância. No governo, pouco ou nada fizeram em favor da tigrada. Foram ágeis e rápidos em encher às burras no final dos anos noventa quando adotaram uma política econômica que privilegiava as privatizações – basta citar a Embratel e a Vale do Rio Doce. Venderam o quinhão de ouro ao capital internacional e ao povo deram celulares, como faziam os portugueses quando chegaram à terra do Pau Brasil em 1500. Os nativos ganhavam colares e espelhos.

No plano social nada aconteceu. Sem dúvida que o governo Fernando Henrique Cardoso adotou, como todos os demais, alguns programas que não resultaram em grandes avanços. Aliás, em 1993, o presidente Itamar Franco lançou o Plano de Combate à Fome e à Miséria, ao lado do sociólogo Betinho. Mas foi a ousadia do presidente Lula e a continuidade da presidenta Dilma que tirou mais de 30 milhões de brasileiros da miséria e deu-lhes o mínimo de dignidade humana. "Quem tem fome tem pressa" dizia o ex-operário. Deu ao povo comida, casa e emprego. Talvez ainda seja pouco, mas avançamos.

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Trôpego na língua portuguesa, por experiência própria soube valorizar a educação. Entre 1930 e 2000, o número de estudantes nas universidades brasileiras era de 3,5 milhões. Em 2013, graças ao ProUni, esse universo atingiu 7,5 milhões de brasileiros. É pouco? Sim, precisamos de mais, mas avançamos.

Em recente artigo à revista Carta Capital, o ex-ministro Delfim Netto escreveu que os governos Lula e Dilma "foram responsáveis pela redução dos níveis de pobreza, corrigindo para melhor os índices de desigualdade pessoal e regional. Enfim, o Brasil é um país que mudou de cara", afirmou. A confirmação veio em setembro último, quando a ONU apresentou o Mapa da Fome 2013 e mostrou que o País reduziu a pobreza extrema, entre 2002 e 2012, em 75%.

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A elite brasileira não consegue engolir que um retirante nordestino, operário, semianalfabeto, e uma guerrilheira que pôs sua própria vida a serviço da democracia tenham mudado a face desse País em doze anos. Num amálgama de interesses, une-se a imprensa e os políticos mais retrógrados, conservadores e desprovidos de qualquer responsabilidade social. Juntos, se transformam em vestais, arautos da ética e da moralidade. Para eles, nesse jogo vale tudo. Só não vale perder.

A prepotência chegou ao ápice com a declaração do ex-presidente FHC que os votos de Dilma provêm "dos nordestinos mal informados", ou seja, ignorantes. Sábios, julgam-se no direito de decidir os destinos de milhões de brasileiros; de garantir seu quinhão de privilégios e governar a massa de pobres mortais como se fossem gado humano.

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Por isso, voltar atrás, nunca mais!

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