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Alex Solnik

Alex Solnik, jornalista, é autor de "O dia em que conheci Brilhante Ustra" (Geração Editorial)

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Com PSOL, grupo dos 11 ganha no primeiro turno

"Não importa o nome que vai representar o grupo dos 11; os 11 vão comandar a Câmara em caso de vitória. Esse é o acordo, inédito na política brasileira.A derrota do bolsonarismo está nas mãos do PSOL", escreve Alex Solnik, do Jornalistas pela Democracia

Plenário da Câmara dos Deputados 03/02/2020 (Foto: REUTERS/Adriano Machado)

Por Alex Solnik, do Jornalistas pela Democracia

Rodrigo Maia inovou.

Em vez de apresentar um candidato à sua sucessão e articular adesão dos partidos, ele primeiramente uniu onze partidos – da centro-direita à esquerda - em torno de uma agenda básica: derrotar o autoritarismo e o retrocesso representados pelo candidato bolsonarista, Arthur Lira.

Reunidos, os 11 partidos têm 249 votos: 54 (PT), 35 (MDB), 31 (PSDB), 31 (PSB), 28 (DEM), 28 (PDT), 20 (dos 41 do PSL), 9 (PCdoB), 8 (Cidadania), 4 (PV) e 1 (Rede).

Para ganhar no primeiro turno são necessários 257.

O bolsonarista Arthur Lira formou aliança com seis partidos, que totalizam 175 votos: 41 (PL), 40 (PP), 33 (PSD), 32 (Republicanos), 21 (metade do PSL) e 8 (Avante).

O placar está, portanto, 249 a 175.

Se o PSOL se unir ao grupo dos 11, com seus dez votos, a aliança ganha no primeiro turno. Faz 259. Dois além do necessário.

Deixar para o segundo turno é um risco muito grande. Daria tempo para o governo virar votos em troca de cargos ou emendas.

Não importa o nome que vai representar o grupo dos 11; os 11 vão comandar a Câmara em caso de vitória. Esse é o acordo, inédito na política brasileira.

A derrota do bolsonarismo está nas mãos do PSOL.

Se tudo der certo, pode ser o embrião da frente ampla para derrotar Bolsonaro em 2022.

Com o mesmo espírito: não importa o nome.

* Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.