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Ricardo Mezavila

Escritor, Pós-graduado em Ciência Política, com atuação nos movimentos sociais no Rio de Janeiro.

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Combate à corrupção não será a vedete das eleições

Policial federal carrega uma bolsa ao chegar à sede da Polícia Federal em São Paulo (Foto: REUTERS/Nacho Doce)

Diferente das eleições de 2018, onde o combate à corrupção era o debate principal entre os candidatos, as próximas eleições trarão uma pauta mais presente na rotina dos brasileiros: economia e inflação. 

Dificilmente o presidente Jair Bolsonaro conseguirá se sair bem quando confrontado sobre esses temas, e não poderá jogar a batata quente para Paulo Guedes, porque Guedes esteve desde sempre em seu governo. 

Outro assunto difícil para Bolsonaro é o constante aumento nos preços dos combustíveis. Como sempre faz, o ocupante do Planalto responsabilizará a Petrobras, como se o governo não fosse acionista majoritário da empresa de economia mista. Tanto é, que já trocou a presidência cinco vezes. 

A política de preço dos combustíveis do governo, considera o preço e a cotação do petróleo no mercado internacional, que é dolarizado. Mesmo que o real valorize, a política internacional de valores da Petrobras faz com que os preços dos combustíveis sigam a disparada da cotação dos barris. Porém o presidente tenta escapar da responsabilidade colocando a culpa no ICMS cobrado nos estados. 

O combate à corrupção de 2018 foi ‘boi de piranha’ inflado pela mídia com apoio da Faria Lima, para dar palanque à Lava Jato e a Sérgio Moro, mirando inviabilizar a candidatura de Lula para elegerem um liberal. O tiro saiu pela culatra e acabaram abrindo a porta do inferno de onde saíram Bolsonaro e bolsominions. 

Com o péssimo governo de Bolsonaro e a ameaça de golpe, sem o discurso anticorrupção em voga, sem a nefasta Lava Jato e sem o interesse em manter o que está aí, resta ao establishment olhar para Lula inocente, líder nas pesquisas, e enxergar que o petista está buscando uma cadeira para se sentar e dialogar mais ao centro. 

* Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.