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Moisés Mendes

Moisés Mendes é jornalista, autor de “Todos querem ser Mujica” (Editora Diadorim). Foi editor especial e colunista de Zero hora, de Porto Alegre.

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Começa a corrida da Serra Pelada da vacina

"A pandemia no Brasil pode virar um negócio capaz de envergonhar as mais poderosas e cruéis facções de traficantes", escreve Moisés Mendes, do Jornalistas pela Democracia. "A enrolação de Bolsonaro e Pazuello só está começando, agora num cenário ainda mais confuso, com a participação de clínicas e laboratórios interessados na venda da vacina"

Pazuello e ilustração de vacina contra COVID-19 (Foto: Tony Winston/MS | Reuters)
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Por Moisés Mendes, do Jornalistas pela Democracia

Bolsonaro abriu a porteira para que grupos privados importem a vacina contra a Covid-19. Clínicas, laboratórios, hospitais e assemelhados podem fazer com que a vacina seja o produto milionário da peste.

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O sinal para que comprem e revendam vacina foi dado ao primeiro grupo que viaja nesta segunda-feira à Índia para negociar, em nome de empresas brasileiras, 5 milhões de doses do laboratório Covaxin.

Os executivos do consórcio não viajariam se não tivessem recebido uma senha de Bolsonaro de que poderão negociar a compra das vacinas.

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O Ministério da Saúde informou no domingo à noite que o consórcio interessado na vacina indiana deve se submeter aos mesmos critérios da vacinação pública, com ordem de prioridade para vacinação (profissionais da saúde, idosos, etc) e registro de quem vai ser vacinado.

O governo não disse que irá garantir a vacinação de todos os brasileiros e que por isso desestimula a compra privada. Não disse nada.

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Mas deveria ter dito que o combate à pandemia é uma questão de saúde pública. É estranho que o tratamento aos laboratórios não seja o mesmo dado a Estados e municípios.

O alerta a governadores e prefeitos foi dado há cerca de um mês, quando Bolsonaro mandou Pazuello ameaçar que só o governo federal poderia coordenar e realizar a vacinação.

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Era um recado a João Doria. Mas a ameaça não se renova agora às empresas privadas. Quem irá controlar as listas de pessoas prioritárias nas empresas que venderão vacinas, se o governo não consegue nem comprar seringas?

Se for transformada em negócio, a vacina será o ouro da pandemia. O desespero da população diante da sabotagem do governo vai transformar o mercado da vacina em algo parecido com o mercado da droga.

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A vacina paga poderá estar disponível muito antes da vacinação em massa pelo SUS. Não será um salve-se quem puder, mas um salve-se quem tiver dinheiro.

É o cenário ideal imaginado pelos genocidas, com a complacência das instituições.

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A pandemia no Brasil pode virar um negócio capaz de envergonhar as mais poderosas e cruéis facções de traficantes. Enquanto o mercado estiver enriquecendo alguns, o povo continuará sob controle.

A enrolação de Bolsonaro e Pazuello só está começando, agora num cenário ainda mais confuso, com a participação de clínicas e laboratórios interessados na venda da vacina.

Viveremos o empreendedorismo da peste com a corrida da Serra Pelada da vacina.

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