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Julimar Roberto

Comerciário e presidente da Contracs-CUT

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“Começar de novo e contar comigo”

Podemos iniciar o novo ano cantarolando trecho da música de Ivan Lins que diz, "começar de novo e contar comigo..."

Ivan Lins (Foto: Divulgação)

Podemos iniciar o novo ano cantarolando trecho da música de Ivan Lins que diz, "começar de novo e contar comigo...", e, assim, refletir sobre o papel essencial da classe trabalhadora na construção de um Brasil mais justo e solidário. Mais que um chamado à ação, as duas frases servem para nos lembrar que, na luta por direitos, a força para resistir e avançar sempre parte dos próprios trabalhadores e trabalhadoras.

Ao longo da história, as grandes conquistas trabalhistas e sociais não foram dadas, foram conquistadas. A Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), o direito à aposentadoria, o 13º salário e até mesmo as condições mínimas de segurança e saúde no trabalho foram alcançadas por meio da organização e da resistência das diversas categorias profissionais. Foram greves, mobilizações e debates que garantiram avanços.

Assim como uma “andorinha só não faz verão”, um trabalhador isolado também não constrói a luta por direitos que atendam a coletividade. Nesse contexto, as entidades sindicais, como sindicatos, federações, confederações e centrais sindicais, são ferramentas essenciais, pontos de apoio que unificam sua base e que se fortalecem quando essa está ativa e engajada. A força de uma entidade sindical depende diretamente do nível de participação da categoria por ela representada. Se os trabalhadores e trabalhadoras não se mobilizam, os avanços cessam e as conquistas são ameaçadas.

Para 2025, o cenário continua desafiador. O avanço da tecnologia e das relações de trabalho intermediadas por aplicativos impõe a necessidade de atualizar direitos e enfrentar condições precárias, como a ausência de vínculos formais, insegurança financeira e jornadas extenuantes. O combate permanente à precarização só será possível se a classe trabalhadora assumir a linha de frente, unida em torno de suas demandas.

Vitórias trabalhistas, principalmente, não são frutos de negociações silenciosas. São resultado de manifestações, paralisações e protestos coordenados, provando que, quando a classe trabalhadora se move, as engrenagens do sistema precisam ajustar-se.

Assim como em 2025, em todos os anos que virão, a mensagem é clara: contar consigo mesmo, fortalecer o coletivo, assumir o protagonismo. Que cada trabalhador e trabalhadora compreenda que, sem a sua participação ativa, os instrumentos de luta permanecem enfraquecidos.

A jornada é longa e árdua, mas, juntos e juntas, podemos começar de novo a cada desafio, sempre contando uns com os outros. O futuro pertence àqueles e àquelas que lutam, e a classe trabalhadora tem mostrado, ao longo da história, que jamais se curva diante das adversidades.

* Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.