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Antônio Carlos Silva

Coordenador da Corrente Sindical Nacional Causa Operária – Educadores em Luta e membro da direção nacional do PCO. Professor da rede pública do Estado de São Paulo.

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Começo evidencia crise, farsa e o desnorteamento da esquerda

Temos indícios do que está por vir e que deve fazer das eleições atuais uma das mais conturbadas, polarizadas e caras de toda a história

Comício de Lula em Belo Horizonte (Foto: Ricardo Stuckert)
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Os primeiros dias da campanha eleitoral, iniciada oficialmente no último dia 16, sinalizaram em direção ao aprofundamento da crise política do conjunto do regime golpista que a quase totalidade das forças políticas buscam negar.

O destaque da semana, sem dúvida, ficou por conta da posse do ministro Alexandre de Moraes, na presidência do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), anunciado por meio de intensa campanha publicitária da imprensa golpista como um evento transcendental. Uma evidência do esforço feito para  reforçar o poder – sem qualquer controle público – da instituição da República cuja existência e composição afronta e subverte o que estabelece a Constituição Federal em seu Art. 1º, Parágrafo Único:

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“Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente”.

Sem nenhum voto emanado do povo como seus pares, antecessores e demais togados daquela e demais cortes, Moraes foi paparicado como nunca por chefes de todos os demais poderes, ex-presidentes, candidatos etc., para ocupar a função de presidir o pleito que deveria estar sob o controle dos partidos e de organismos de representação popular.

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Em torno da posse, sob o pretexto que de a democracia – inexistente no País que vive um regime golpista – estaria ameaçada, se armou uma encenação, uma espécie de “santificação” de “padroeiros” da democracia, de instituições e elementos que atuaram abertamente em favor do golpe de Estado, e foram dele beneficiários.

Sob o “altar” erguido para devoção sem causa justificada dos “defensores da democracia”, se curvaram, inclusive, setores da esquerda que foram golpeados – junto com todo o povo brasileiro – pelos “santos do dia”, como também por outros “arcanjos” igualmente democráticos – como o ex-vice presidente da República, Michel Temer.

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Ao lado de toda essa encenação democrática, as primeiras atividades de campanha, no entanto,  já sinalizam que a realidade, como de costume, tende a afrontar as ilusões e as “análises” feitas por aqueles que agem na defesa dos interesses dos seus patrocinadores.

Multiplicaram-se as calúnias, como as publicações em redes sociais que tentam associar Lula à “perseguição de cristãos”. Bem como as tentativas de censura, com milhares de pedidos ao judiciário pedindo a derrubada de perfis, retiradas de outdoors etc., em uma campanha nacional com mais de 155 milhões de eleitores, espalhados por mais de 8,5 milhões de quilômetros, além dos quase 700 mil brasileiros aptos a votar que moram no exterior, que só pode ser realizada em cerca de 45 dias.

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São apenas indícios do que está por vir e que deve fazer das eleições atuais – pela situação de crise – uma das mais conturbadas, polarizadas e caras de toda a história.

Em meio a essa crise, um “especialista” citado pelo direitista jornal O Globo, o publicitário Marcelo Victorino, que atuou na campanha de Geraldo Alckmin pelo PSDB em 2018 (que teve menos 5% dos votos, mesmo amparado na maior máquina eleitoral do País), “analisou” que “a concentração de ataques entre Lula e Bolsonaro atrapalha o crescimento de outros candidatos” e deu a Lula um “conselho” sob medida para os interesses da burguesia que quer derrotar o ex-presidente:

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“Lula poderia agir de forma pacificadora para marcar uma antítese em relação a isso”. (O Globo, 18/8/22).

Setores da esquerda, desconsiderando a realidade evidenciada no Brasil e em todos os países da América Latina, onde a esquerda só saiu vitoriosa quando foi capaz de confrontar ou encenar uma confrontação com a direita repudiada pela população, ainda mais nos países onde se deram golpes (como Bolivia, Honduras, Venezuela etc.), embarcam nos conselhos de setores que acabaram por apoiar Bolsonaro contra uma possível vitória do candidato reserva de Lula, em 2018, e que podem voltar a fazê-lo em 2022. 

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Por hora – e pode ser que isso esteja com os dias contados –, todos os setores fundamentais do golpe, parecem mais uma vez apostar na “tática” do espantalho (tão amplamente usada nas últimas eleições brasileiras, principalmente nos Estados e municípios). Assim, enquanto, nos bastidores, buscam criar condições para uma arrancada final de uma possível candidatura da terceira via (e ao mesmo tempo agem para influenciar por dentro a candidatura Lula em favor dos seus interesses), mantêm a denúncia do suposto perigo golpista da candidatura Bolsonaro, empunhando o fantasma da campanha de um reduzido grupo de empresários bolsonaristas na defesa de um golpe se Lula vencer, enquanto impulsionam o golpe de apresentar as mais poderosas organizações e fortunas do País, como “defensores da democracia”, em torno da campanha orquestrada pela FIESP e Febraban, com “pedigree” golpista, com certificado e tudo mais.

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