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      Eduardo Guimarães

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      Como Fux matará o julgamento de Bolsonaro no peito

      'A tática fuxiana gera narrativa e um atraso no processo, jogando-o para 2026, tudo o que a extrema-direita almeja', alerta o colunista Eduardo Guimarães

      Luiz Fux (à esq.) e Jair Bolsonaro (Foto: STF | REUTERS/Adriano Machado)

      O bordão de Sérgio Moro que apareceu nas mensagens da Vaza Jato em 2019, dito “In Fux We Trust”, está sendo resgatado pelo bolsonarismo, que chama Luiz “mato no peito”  Fux de “único juiz de carreira do STF”.

      A história desse ministro no STF é uma história que, segundo o jornal Folha de SP, começou com uma traição. Em 2010, Fux saiu em campanha pelo Brasil para convencer o então presidente Lula a indicá-lo à Corte.

      José Dirceu, então acusado no caso do mensalão, foi procurado por Fux, que, perguntado por ele como votaria no seu caso se fosse ministro do STF, respondeu “Mato no peito”, insinuando que votaria a favor do petista. 

      Dois anos depois, em 2012, Fux foi um dos mais duros na condenação do ex-ministro de Lula apesar de não haver, então, provas diretas contra ele, que foi condenado pela doutrina alemã “domínio do fato”, criada para crimes de guerra. Todavia, condenou Dirceu porque ele “tinha que saber do mensalão por ter sido chefe da Casa Civil de Lula”.

      Por alguma razão, Fux nunca defendeu a teoria do domínio do fato para Bolsonaro...

      Agora, os últimos movimentos de Fux deixam claro o plano do juiz de barrar a condenação dos golpistas e do chefão por unanimidade, o que atrasaria MUITO o fim do julgamento de Bolsonaro e dos outros 33 golpistas ao levar o caso para o Plenário, permitindo embargos infringentes graças à quebra da unanimidade gerada, na melhor das hipóteses, pelos ministros bolsonaristas. 

      Fux votou pela abertura da ação penal contra Bolsonaro porque a quantidade e a qualidade das provas não permitiriam que votasse contra – o que, inclusive, não adiantaria nada, pois ele seria voto vencido. Mas pode usar para o ex-presidente a tática que usou para Débora do Batom.

      Tampouco adiantaria, pois Moraes já decidiu que divergência na dosimetria das penas não permite embargos infringentes -- e teve suporte dos pares --, mas a tática fuxiana gera narrativa e um atraso no processo, jogando-o para 2026, que é tudo o que a extrema-direita almeja.

      * Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.

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