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Gustavo Conde

Gustavo Conde é linguista.

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"Como você foram capazes de permitir isso?"

Jamais um brasileiro ficará imune, depois desta catástrofe, à pergunta “como vocês foram capazes de permitir isso?”, diz o linguista Gustavo Conde

(Foto: ABr | Mídia Ninja)
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A superação do pesadelo Bolsonaro vai se aproximando e já é possível antecipar alguns balanços. O primeiro deles é que Bolsonaro se estabelece como a maior e mais amarga lição da história brasileira. É como o nazismo para os alemães e o fascimo para os italianos: Jamais um brasileiro ficará imune, depois desta catástrofe, à pergunta “como vocês foram capazes de permitir isso?”

 

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Tristeza profunda é constatar que esse festival genocida de retrocessos se deu logo depois de nosso maior feito enquanto nação: a superação da fome, da miséria extrema seguidas do maior nível de respeitabilidade internacional de nossa história.  

 

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Será que aprenderemos a lição? 

 

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Há riscos consideráveis. Os cálculos eleitorais mesquinhos que se sucedem dão mostras de que, se o povo brasileiro aprendeu com a catástrofe, as elites políticas de largo espectro partidário ainda fazem cálculos desumanizados - e poderiam figurar facilmente entre os cúmplices do processo de destruição. 

 

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A postergação de uma aliança robusta em nome da democracia é um convite para que a miséria política permaneça. Ambições regionais vão se sobrepondo ao interesse nacional e é fatal perguntar: será que ninguém aprendeu nada?

 

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As premissas político-partidárias ainda atendem a uma lógica colonizada, de compadrio, um toma-lá-dá-cá repulsivo e sem um pingo de imaginação e inteligência. 

 

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O cenário das intenções de voto atestado por todos os institutos de pesquisas há mais de 8 meses, consolidado como uma rocha e sem a menor perspectiva de inflexão é praticamente um presente para os setores democráticos do país. Esse presente vai sendo desprezado de maneira perigosa por cálculos menores que flertam com a irresponsabilidade. 

 

Em português claro: não é preciso fazer uma federação ou uma aliança formal para apoiar a democracia. 

 

E a palavra ‘democracia’ - nesses últimos anos e para o pânico das elites brancas racistas que se consomem na prepotência da indiferença - tornou-se sinônimo de Luiz Inácio Lula da Silva. 

 

As pesquisas eleitorais não apontam 60% dos votos válidos para Lula: apontam 60% dos votos válidos para a democracia - e 20% para o suicídio. 

 

De que lado você está? 

 

Resumindo: aqueles dirigentes partidários que não querem um candidato do PT nas eleições para governador, não precisam recusar o apoio à democracia no plano nacional. Tampouco precisam se contorcer para justificar suas decisões - muito menos abrir mão de disputar as eleições nacionais. 

 

Mas a história lhes oferece um presente - e não é sempre que a história oferece presentes. 

 

Lula, neste momento, é o mais responsável dos políticos brasileiros. Ele administra seu capital político com imenso espírito democrático ao acenar para todos os setores democráticos do país, sem revanchismo. 

 

Mais que isso, ele vai sendo extremamente cuidadoso com a responsabilidade de vencer Bolsonaro com larga margem de votos para que não paire dúvidas sobre o novo ciclo democrático que está por vir - e dada a psicologia da monstruosidade adversária. 

 

Observar esse cenário e perceber que as negociatas regionais chafurdam na lama dos interesses pessoais chega a embrulhar o estômago. 

 

Lula está sendo generoso até nisso, absorvendo e compreendendo o egocentrismo de certas classes políticas brasileiras - afinal, ele exerce o papel de conciliador nacional. 

 

A tarefa é árdua, a missão quase impossível - haja vista o papel de nossas elites e de nosso jornalismo cativo que já apresentam suas credenciais violentas para o novo ciclo democrático que se avizinha. 

 

Mas, não é demais lembrar: quando a história lhe oferece um presente generoso como este, em que a democracia estala no topo das preferências populares, é prudente não recusar. 

 

 

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