Conexão Paraguai
"Vamos ao que interessa: Tivesse sido preso, em idêntica situação, o extraordinário Juninho Pernambucano, teria, o ministro politizado daqui, contatado o colega político do Paraguai?", questiona o advogado
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Então o embaixador do desporto brasileiro no governo de messias está preso no Paraguai, num imbróglio tão burlesco que nos recusamos a imaginar. Vamos nos ater a alguns fatos amplamente divulgados pela mídia:
A um, Ronaldinho e seu irmão estão presos preventivamente em Assumpção, por terem sido flagrados portando documentos (identidade e passaporte Guarani) falsos;
A dois, há entrevista neste 247, do ministro da justiça do Paraguai, asseverando que o ministro da milícia brasileira ligou ou mandou mensagem a ele, perguntando sobre as condições da prisão de Ronaldinho;
A três, para não quedar em premissas pares, o juiz do caso no Paraguai é de sobrenome que apavora todo coração alvinegro: Amarilla.
Amarillas fora, vamos ao que interessa: Tivesse sido preso, em idêntica situação, o extraordinário Juninho Pernambucano, teria, o ministro politizado daqui, contatado o colega político do Paraguai?
Se a resposta vier sem paixão, enquanto fruto de uma análise fria dos fatos, acreditamos que o entendimento mais do que evidente encaminha para um sonoro “não!”
O dualismo estampado na opção política do ministro, que liga em favor dos que apoiam seu presidente e faz o que fez (por exemplo) contra Lula, quando ainda parecia um juiz (simulacro de toga), espelha o ideário fascista que, nos nossos dias de nuvens escuras e de má poesia, finca regra de comportamento em nosso cotidiano medíocre...
O episódio de Dráuzio Varella bem alimenta o argumento. Num gesto de sensibilidade e grande apego humano, ele abraçou uma presa. Na medida em que, neste instante agônico de nossas vidas, a natureza bondosa do ser humano cede ao comportamento deplorável do fascista, uma horda de covardes, que navega sem limites, questionou o gesto, ao argumento de que o crime da detenta seria hediondo (“fake news”)...
Ela já foi julgada (por outro fato) e condenada - se encontra cumprindo pena. Será que o gesto de misericórdia do médico Dráuzio seria questionável em tempos não tão estranhos e obscuros?
É disso que se trata o fascismo. Regras de conduta moral, despidas de qualquer racionalidade e legalidade, passam a ser exigíveis e são cobradas do outro, como se fossem regras de convívio contratadas sob o lume bicameral...
Para além disso e neste compasso, as regras legais passam a ser assediadas por exercícios interpretativos carregados de intenções políticas na fala do julgador (início da execução após julgamento em segunda instância, quando a Constituição fala, claramente, em após o trânsito em julgado; ausência da identificação de um ato de ofício nos crimes de corrupção; colmatação de um ato indeterminado para materializar uma condenação por crime de corrupção e outras tragédias mais...), em desfavor de adversários ideológicos que são tratados enquanto obstáculos ao desenvolvimento de um projeto de poder tirano.
Lawfare – descarado, escancarado e velhaco!
Doutra banda, aos comungantes da missa fascista, estão reservados o perdão (Onix confessou e já pediu desculpas), a benevolência (em sua única medida liminar concedida na operação lava jato fachin soltou o então deputado Rocha Loures), o esquecimento (cadê o Queiroz?) e a heresia que não deixa responder: quem mandou matar Marielle?
Hoje, no Brasil, a pauta política já não se ocupa de seu histórico embate esquerda e direita; o que se busca é rebater, esmurrar, espancar o fascismo. A serpente já botou o ovo e ele eclodiu sob nossas barbas, chocado que foi por parte grande da imprensa familiar (frias + marinho + mesquita + civita) brasileira, pelos vendilhões do templo e por parte do judiciário (como na alemanha nazista).
Tristes trópicos!
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