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Heraldo Campos

Graduado em geologia (1976) pelo Instituto de Geociências e Ciências Exatas (UNESP), mestre em Geologia Geral e de Aplicação (1987) e doutor em Ciências (1993) pela USP. Pós-doutor (2000) pela Universidad Politécnica de Cataluña - UPC e pós-doutorado (2010) pela Escola de Engenharia de São Carlos (USP)

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Conhecer a Amazônia antes que acabe*

O Semiárido Brasileiro, que se estende por nove estados da região Nordeste e também pelo norte de Minas Gerais, poderia ser uma dessas áreas de transferência

Draga foi incendiada, evitando reuso (Foto: Divulgação / Ibama)
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Recentemente escrevi o artigo “Gravata florida”, sobre a atividade predatória, ilegal, criminosa do garimpo na Amazônia, invadindo território Yanomani e volto a bater na mesma tecla, como escrevi em outras oportunidades e que reforço nessa presente crônica, ou seja, mesmo que “(...) a legislação permita a destruição do maquinário para extração do ouro em território Yanomami (...)”, se não “(…) seria uma solução razoável a transferência para outras áreas mais distantes da região Amazônica desses equipamentos (motores e bombas), onde poderiam sofrer adaptações e reaproveitados na captação de água, como em regiões mais carentes desse recurso? O Semiárido Brasileiro, que se estende por nove estados da região Nordeste e também pelo norte de Minas Gerais, poderia ser uma dessas áreas de transferência. (...)”.

Além disso, acrescento que “(...) como existe a preocupação social com o grande contingente de garimpeiros que atuaram no garimpo ilegal e predatório - que de certa forma ficaram “deslocados do mercado de trabalho” - aqueles que não são os mandantes e sem antecedentes com a justiça poderiam ser reaproveitados como mão de obra no replantio da vegetação retirada, desde que devidamente cadastrados junto aos órgãos fiscalizadores e monitorados, controlados e vigiados nessa importante etapa de recuperação das áreas degradadas.” 

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Isto posto, recebi comentários de profissionais que conhecem a Amazônia sobre a dificuldade para remoção de equipamentos dessa região e da posssibilidade de retorno ao garimpo predatório, com a não esperada utilização da mão de obra local na recuperação das áreas degradadas. Contrargumentei dizendo que, como “intervenção cirúrgica”, a destruição dos equipamentos pode valer algum impacto mas que continuava  chando um desperdício, na visão de uma pessoa que nunca colocou o pé na Amazônia e não conhece, de perto, a realidade do garimpo predatório do ouro. E como uma vontade pessoal foi manifestada de conhecer essa maltratada região do planeta, um amigo chegou até a recomendar: “Aproveite para conhecer antes que acabe”.    

Será mesmo que chegamos num ponto sem volta? Ou existe a  esperança de que uma política ambiental voltada para a maioria da população prevaleça, pois o atual governo federal voltou a usar imagens de satélites para detectar os desmatamentos ilegais, como divulgou a grande mídia nos últimos dias.

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Notas

1) Artigo “Gravata florida” publicado no site do Instituto Humanitas Unisinos

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https://www.ihu.unisinos.br/630671-gravata-florida-artigo-de-heraldo-campos

2) Texto da crônica “Conhecer a Amazônia antes que acabe”, selecionada para a seção Crônicas – destaques (p.69) da coletânea Amazônia – contos, crônicas e poemas. 1ª ed. Paraty: Selo Off Flip, 2023. 168p.

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