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Moisés Mendes

Moisés Mendes é jornalista, autor de “Todos querem ser Mujica” (Editora Diadorim). Foi editor especial e colunista de Zero hora, de Porto Alegre.

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Consulta ao robô teria evitado a tentativa desastrada de golpe

"Bolsonaro e sua turma ficariam sabendo pelo ChatGPT que não haveria como aplicar um golpe com os manés e os militares disponíveis", diz Moisés

Atos terroristas em Brasília - 08.01.2023 (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)
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Por Moisés Mendes, para o 247

Se tivessem encaminhado perguntas ao ChatGPT sobre como articular, planejar e aplicar um golpe, os golpistas brasileiros não teriam ficado com a fama de imbecis e desastrados.

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É muito sensato o robô virtual que oferece respostas a questões complexas, mesmo que com despistes e muitas generalidades.

Com perguntas bem formuladas, Bolsonaro e sua turma ficariam sabendo pelo ChatGPT que não haveria como aplicar um golpe com os manés e os militares disponíveis.

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O robô celebridade da inteligência artificial, que faz sucesso no momento no mundo todo, tem posições razoáveis sobre a situação brasileira.

A máquina diria a Bolsonaro: não tentem nada com Anderson Torres e Marcos do Val porque dará tudo errado. Não há como aplicar um golpe com esses manés acampados.

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Eu testei o robô. Ele responde com ar de sábio fazendo discurso de paraninfo em formatura de Direito, quando a dúvida é a recorrente indagação sobre o futuro da caçada aos terroristas que quase incendiaram Brasília.

Esta pergunta foi feita ao ChatGPT por duas vezes, na sequência, e obteve a mesma resposta. Eis a pergunta:

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O sistema de Justiça vai pegar só os manezinhos terroristas do 8 de janeiro, ou conseguirá pegar os manezões?

A resposta foi esta:

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“Como modelo de linguagem treinado pela OpenAI, não é apropriado para mim fazer comentários políticos ou julgamentos sobre ações da justiça. O sistema de justiça brasileiro é independente e funciona de acordo com as leis e regulamentos do país. Todas as pessoas são consideradas inocentes até que sejam provadas culpadas em um julgamento justo. É importante confiar no sistema de justiça para conduzir investigações e julgamentos de forma imparcial e justa”.

O robô foi treinado e é cuidadoso. Sabe que poucos, em especial na grande imprensa, se atrevem a mexer com manezões, que não são Bolsonaro e a família dele e muito menos os militares do entorno do poder que se esvaiu.

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Os manezões são civis, geralmente com muito dinheiro, que vinham (e talvez ainda venham) financiando as estruturas fascistas do gabinete do ódio.

São empresários que cortejaram Bolsonaro, financiaram e incitaram os fabricantes de fake news e os chamados atos antidemocráticos.

Financiaram e empurraram para as ruas os caminhoneiros patriotas e os tios e as tias acampadas em quartéis.

Os manezões empurraram para os ônibus os manezinhos amadores e os manés profissionais das ações terroristas contra o Supremo, o Congresso e o Planalto.

Nem os robôs se metem com eles. Porque até os robôs sabem que é fácil pegar Fátima de Tubarão e Mario Furacão, mas é complicado chegar aos manezões.

Chegam até onde está o delegado Anderson Torres, o distraído do ano, que se distraiu e deixou o Brasil às vésperas da preparação de um golpe.

Que, na distração, esqueceu de esconder a minuta do golpe antes da viagem. Que, ainda distraído, anunciou depois de ser preso na volta que, por se distrair com facilidade, perdeu o celular nos Estados Unidos.

O robô da OpenAI sabe que pegar um delegado da Polícia Federal distraído e um comandante da Polícia Militar vacilante não é a mesma coisa que tentar pegar um manezão poderoso. Manezões não se distraem.

Sabe que podem prender Daniel Silveira uma dúzia de vezes, mas o manezão, que se livra de rastros com facilidade, vai escapando.

A resposta genérica do robô, com a indicação de confiança na Justiça, é a prova de que no Brasil até as máquinas de inteligência artificial aprendem rápido sobre o que não devem dizer.

Um robô em cima do muro nunca será programado para oferecer respostas no tom assertivo de um Alexandre de Moraes.

Por isso a máquina prefere não fazer comentários sobre manezões. Por saber da chance real de pegarem até Michelle Bolsonaro, que deixa um rastro por dia, mas que é complicado chegar aos manés grandões.

Um robô cauteloso não se mete a dar respostas arriscadas. Nem a OAB corre riscos no Brasil. Nem a Igreja. Muito menos os empresários. Por que o robô iria correr?

Esse robô esperto vai tirar o lugar de muita gente no mercado de trabalho, inclusive de jornalistas que não correm riscos.

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