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Beth Sahão

Líder da bancada do PT na Assembleia Legislativa de São Paulo

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Contra a violência policial, São Paulo deve exigir: Basta!

O que aconteceu em Barueri e Carapicuíba é reflexo do modus operandi de uma parcela da Polícia Militar de São Paulo. Prova disso é que, só no ano passado, cerca de 800 pessoas foram mortas, vítimas da violência policial

O que aconteceu em Barueri e Carapicuíba é reflexo do modus operandi de uma parcela da Polícia Militar de São Paulo. Prova disso é que, só no ano passado, cerca de 800 pessoas foram mortas, vítimas da violência policial (Foto: Beth Sahão)
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Há algum tempo, a violência policial incorporou-se à nossa paisagem urbana e ao cotidiano social, que cala e legitima a agressão fardada, como cita a canção "Dedo na ferida", do músico e poeta Emicida - negro, de origem pobre, da periferia do Estado de São Paulo, que tem sido palco de atrocidades cometidas pela Polícia Militar, como a que ocorreu recentemente nas cidades de Barueri e Carapicuíba.

O massacre ceifou 19 vidas, todos jovens que tiveram suas existências abreviadas e deixaram seus pais, irmãos, amigos, vizinhos, colegas de classe, namoradas, esposas com o vazio, a ausência e a dor infinita pela saudade daquele ente querido assassinado.

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Os dias se passam e já se completaram dois meses da chacina que deveria continuar a indignar e envergonhar a todos. Mas o que vemos é o arrefecer dos ânimos. Aos poucos, as pessoas se voltam para sua rotina diária marcada, muitas vezes, pelo roteiro do medo e da covardia cotidiana, que nos paralisa e foca nossas atenções na batalha imediata de viver na selva urbana e brutalizada.

O que aconteceu em Barueri e Carapicuíba é reflexo do modus operandi de uma parcela da Polícia Militar de São Paulo. Prova disso é que, só no ano passado, cerca de 800 pessoas foram mortas, vítimas da violência policial.

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O que nos assusta é a falta de ação do comandante das forças policiais de nosso Estado, o governador Geraldo Alckmin, que se mantém calado diante da brutalidade de seus comandados.

A situação que vivemos é tão surreal que, dias atrás, um delegado precisou sair escoltado da delegacia onde ele trabalha, em Itaquera, para escapar de um cerco de policiais militares que o hostilizavam e ameaçavam. Tudo porque o delegado "ousou" prender um sargento, acusado de torturar um suspeito.

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Nota-se, portanto, como a cultura da violência impregnou-se no âmago da corporação. Policiais ameaçam uma autoridade pública apenas porque ela cumpriu com suas obrigações e puniu uma notória agressão às leis brasileiras e aos direitos humanos.

Essas e outras cenas surreais de abuso, violências e chacinas cometidas por policiais há tempos invadem a nossa barra de rolagem de notícias, ocupam a timeline e por nós são absorvidas, tornando-se algo "normal". Ainda assim, tocamos a vida e aceitamos passivamente e pacificamente as versões manipuladas de que essas mortes são mero efeito colateral na "luta contra o crime".

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Se parássemos para analisar esses casos, veríamos que, por trás da frieza dos números e das alegações oficiais existem pessoas, cada uma com uma história própria, que foi apagada abruptamente pela violência policial. É por isso que não podemos seguir aceitando calados a essa situação. Do contrário, estaremos sendo coniventes com o extermínio da juventude da periferia.

Nesse sentido, devemos transformar nossa indignação em ação e cobrar do governo Geraldo Alckmin ações efetivas para banir a violência policial. Não basta ele seguir com suas declarações protocolares para a plateia. É preciso que haja a condenação veemente e exemplar para os abusos e violações de direitos humanos dos agentes do Estado.

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Sem pressão popular, dificilmente alcançaremos esse intento. Exemplo disso é que, recentemente, a base do governador na Assembleia Legislativa rejeitou o projeto de lei de minha autoria que propunha a reformulação do currículo dos PMs, para adoção de mais aulas de respeitos aos direitos humanos.

É por isso que devemos nos unir e exigir o fim da violência policial. Cada um dos 19 mortos da chacina na Grande São Paulo merecem o nosso respeito. Não apenas eles, mas todas as demais vítimas desse tipo de homicídio. Seus familiares, amigos e a própria sociedade precisam de respostas e de justiça. Porque nosso "basta!" evitará que outros inocentes venham a se tornar alvos da sanha e da fúria de homicidas travestidos de autoridades de segurança do Estado.

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