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Lais Gouveia

Mineira, jornalista e ativista da mídia livre

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Contra Sánchez, extremistas partem para tudo ou nada com saudações nazistas, culto ao franquismo e muita violência

A sede do PSOE foi tomada por extremistas que exigem a queda de Sánchez imediatamente, após a promessa de conceder anistia a presos políticos catalães

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Em frente à sede do Partido Socialista Obrero Español (PSOE), em Calle de Ferraz, Madri, a extrema-direita do partido Vox, que possui elementos folclóricos semelhantes ao bolsonarismo tupiniquim, decidiu se esquivar de qualquer pudor com seus gritos de guerra com saudações nazistas e homenagens ao ditador  Francisco Franco, que esteve à frente de seu país entre 1936 a 1973, responsável por ter aniquilado entre 200.000 e 400.000 civis. 

Assim como no Brasil, os extremistas daqui articulam “pautas bomba”, com a premissa para golpes de estado. Neste momento em questão, estão há mais de dez dias na ruas condenando as bilaterais fundamentais para formar um terceiro mandato de Pedro Sánchez, que precisou fechar um acordo com partidos da esquerda catalã em um tema que ainda é uma ferida aberta para os espanhóis ́- A anistia dos presos políticos, exilados e fichados que participaram do referendo da independência da Catalunha em 2017, que ganhou as capas dos jornais em todo o planeta. Foi a pior crise constitucional da Espanha no período de 40 anos.

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No entanto, por que Sánchez teve que mexer num vespeiro tão complexo como a Catalunha? A resposta é um tanto complexa, assim como o sistema político na terra das tapas, jamóns e sangrias. 

O PP (Partido Popular) de direita, venceu as eleições gerais da Espanha no último mês de julho, mas não conseguiu reunir a maioria de deputados que permitira a formação de um governo por Alberto Feijóo. Ou seja: não basta o voto popular, é necessário a maioria no parlamento para tal. Com isso, o PSOE, de centro-esquerda, segundo colocado no pleito, vislumbrou a possibilidade de obter maioria e reivindicou ao rei Filipe VI (sim, o rei tem esse tipo de poder na Espanha, não é apenas um elemento turístico) que atendeu após alguma insistência a indicação de Sánchez para formar o governo do país. 

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Para ser eleito ao cargo de premiê novamente, Sánchez apresentou suas propostas aos deputados espanhóis e enfrentará uma votação de confiança. Ele já possui 176 votos que precisa para ser reconduzido ao cargo, mas graças a promessa aos partidos catalães de anistia aos presos políticos e exilados, movimentação que foi chancelada pela Comissão de Assuntos Jurídicos do Conselho da Europa.

Tal anistia virou a nova pauta bomba dos extremistas, que já falam em golpe de estado, intervenção do rei  e forças armadas para tirar Sánchez do poder na base da força, assim como os idosos senis que ocuparam as portas dos quartéis brasileiros no ano passado. 

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Existe clima para separatismo? No auge da crise em outubro de 2017, uma pesquisa do Centro de Estudos de Opinião do governo catalão descobriu que 48,7% dos cidadãos apoiavam a independência, enquanto 43,6% não. De acordo com uma pesquisa realizada em  2022 pelo mesmo centro, 52 52% dos catalães agora são contra a independência, enquanto 41% são a favor. Outros apontam que quase um quinto da população da região é composto por imigrantes que não podem votar nas eleições regionais ou gerais, enquanto em Barcelona os nascidos no exterior representam quase 25% da população. Ou seja, por mais que a extrema-direita diga que anistiar os presos políticos seja um movimentação pró-separatista, nem mesmo os catalães estão dispostos a entrar nesta aventura. 

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