COP 30: um grito que afirma a potência do Brasil
Os povos originários nos ensinam a ética do pertencimento, do respeito, da troca e do saber ancestral, que dialoga com a ciência moderna
A conferência do Clima/ONU no meio da Amazônia, em Belém, capital do Pará, não é como as outras. A diversidade brasileira, somada às diferentes etnias das muitas nacionalidades, tem beleza, marca e mensagem muito forte. Um grito que afirma nossa potência, que teima corretamente em superar nossa carência. Pude testemunhar pessoalmente a presença massiva de nossos povos originários que resistem pela cultura das suas 295 línguas, com seus rituais, artes manuais, cantos, danças, pinturas coloridas pelos corpos, bênçãos nas casas de reza, memória e raízes profundas com a “mãe terra”. Ensinam uma ética diferente da que o capital sempre estabeleceu na Amazônia e nos nossos biomas, que é o da exploração predatória, de consumo individual, do garimpo ilegal, dos crimes ambientais e contra os indígenas e ativistas.
Os povos originários nos ensinam a ética do pertencimento, do respeito, da troca, do saber ancestral, que dialoga com a ciência moderna e que reconhece a possibilidade do desenvolvimento realmente sustentável, com a floresta em pé. A biodiversidade a serviço da vida, da superação de doenças, a produção de alimentos e garantia da segurança alimentar, a extração cuidadosa de nossas riquezas para produção de bens para todos e não para concentração de poder e dinheiro. A demarcação de suas terras contribui para o equilíbrio climático. Não podemos entender como progresso matas incendiando, desmatamento, desperdício de água doce, extração e exploração criminosas das madeiras e do nosso subsolo. Não pode ser a nossa perspectiva ter tanta riqueza e o norte do país ser a região com maior desigualdade, com acesso precário ao saneamento, com insegurança alimentar e tantas doenças do subdesenvolvimento
Como diz Ailton Krenak, “precisamos adiar o fim do mundo”.
É preciso que recursos ajudem o Brasil a se desenvolver, mas voltem para esta região onde vivem 30 milhões de pessoas e possibilite qualidade de vida, emprego e saúde. Muitos movimentos da sociedade civil, empresas estatais e privadas, lideranças de todo o mundo debatendo o futuro do planeta. Presença de parlamentares integrando-se e a nossa bancada feminina da Câmara dos Deputados bastante representativa e com uma intensa agenda.
A Marcha dos povos, onde também estive, apresenta uma agenda e pede para ser ouvida nas negociações e decisões.
Observamos a ausência de importantes chefes de Estado, principalmente do país que mais polui e nega os acordos anteriormente assinados, que são os EUA. Este mesmo que quer derrubar o governo da Venezuela com grande estrutura bélica, desrespeitando a autonomia do povo venezuelano. O mesmo imperialismo que aliançado ao sionismo promoveu o genocídio em Gaza.
É neste contexto difícil que uma conferência mundial pelo Clima busca gerar força, consciência e pressão sobre os ausentes.
A COP 30 apontará metas para serem cumpridas e vai levantar um fundo financeiro com este objetivo. Como diz o presidente Lula, é a COP da implementação.
Viva a Amazônia brasileira!
Viva os nossos biomas!
Viva a nossa cultura!
Viva a Paz!
Viva o futuro sustentável e desenvolvido!
* Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.




