Crise

O Brasil vive uma crise. Uma crise existencial, não só política ou econômica.

Há tempos que não vejo a esperança do brasileiro tão abalada. Parece-me que o sentimento de que as coisas vão dar certo não existe mais.

Arrisco-me a dizer que desde o 7x1 (que recentemente vi uma pesquisa e está intimamente ligada com o impeachment de Dilma) esse sentimento vem se esvaziando.

A crise política no Brasil alcançou níveis alarmantes. "Não se pode confiar em mais ninguém!" É o discurso mais produzido referente aos políticos nos dias atuais. Os altos esquemas de corrupção – que nem temos ideia de até aonde vai – continuam e sempre continuarão se mantivermos a nossa maneira de fazer política do jeito que está. Além disso, as grandes mídias nos influenciam a pensar de um jeito que não é nosso. (inclusive essa). Nosso pensamento crítico está cada vez mais perdido, se é que algum dia tivemos.

Acompanhamos nos últimos meses reformas acontecendo no país. Isso é algo bom pois precisamos de reformas em muitas áreas, mas não do jeito que vem sendo feito. Michel Temer disse que quer ser lembrado. Ele será e muito. (como historiador afirmo isso sem sombra de dúvidas).

Infelizmente será o presidente tapa buraco para sempre. E que buraco mal tampado, convenhamos. As reformas tão necessárias para o país estão se transformando em política de governo através de medidas provisórias desesperadas. Sem tempo para análise e debate de cada tema. A reforma previdenciária é necessária por uma questão lógica e matemática. Mas, sabemos que, grandes empresas brasileiras deixam de pagar a sua contribuição para o INSS e esse rombo é tão grande quanto o número de pessoas que ficarão sem se aposentar por conta da reforma. É no mínimo duvidosa , não?

Com efeito, quero dizer que, precisamos urgentemente nos atentar para o que vem acontecendo no país. Precisamos parar de reproduzir falsas verdades que encontramos no facebook ou vimos no Jornal Nacional sem nenhuma capacidade crítica interpretativa. Nem tudo é tão simples assim. Eu, como bom "duvidador" das coisas, duvido até dos próximos. Pensemos e, mais importante, nos organizemos, para a construção de um debate saudável e caloroso que traga realmente algum benefício para o país.

Um apelo para o ano que vem. Se não virmos uma reforma política até lá – o que é bem provável- que sejamos menos ignorantes na nossa confiança política com o ato do voto. Acompanhe o seu candidato o máximo que puder.

"Na hora de pedir voto eles estão disponíveis, mas na hora de receber a gente no gabinete tem que ficar marcando hora e ficam adiando pra não nos receber" Ouvi isso de uma senhora no elevador da Câmara legislativa do DF essa semana. Mudemos essa realidade.