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Eliane Lobato

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Crivella pode se consolidar como o mais ruidoso fracasso de alinhamento a Bolsonaro

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Celso Russomano (Republicanos) cai em São Paulo; Marcelo Crivella (Republicanos) despenca no Rio. Há um nome que une as duas  possíveis derrotas nas eleições municipais deste ano: Jair Bolsonaro (sem partido). Os candidatos às prefeituras nas capitais fluminense e paulista têm apoio oficial do presidente. A situação de Crivella, atual prefeito do Rio, pode se consolidar como o mais ruidoso fracasso de alinhamento a Bolsonaro.  

O atual prefeito alcança simplórios 11% ( no levantamento do Real Time Big Data, divulgado pela CNN Brasil em 19 último) ou 12 % de intenção de votos (na apuração do Ibope, dia 15). Difícil pensar que teria menos ainda caso não se declarasse bolsonarista. Crivella não tem nem a metade do percentual do primeiro colocado, o ex-prefeito Eduardo Paes (DEM), com 33%, segundo o Big Data, e 30%, de acordo com o Ibope. No índice de rejeição, o atual prefeito chega a 58%  na pesquisa Big Data, a mais recente. Paes também tem alto número de eleitores com má lembrança de sua administração: 33% não o querem de volta.  

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O Rio pode vir a substituir Crivella por uma candidata na disputa do  segundo turno? O especialista Marcos Coimbra, presidente do Instituto Vox Populi, diz que tudo pode acontecer porque a “maioria do eleitorado não se decidiu ainda.” Menos uma possibilidade: o fortalecimento do bolsonarismo.  “Ao contrário. Com exceção de Fortaleza, onde um candidato com perfil de Bolsonaro lidera, não tem nenhuma outra capital brasileira na qual este padrão esteja se repetindo. Um caso em 26 capitais, além do distrito federal, está longe de ser um resultado animador”, me disse Coimbra.

No terceiro lugar da corrida carioca estão as concorrentes tecnicamente empatadas Martha Rocha (PDT), com 8%, e Benedita da Silva (PT), com 7%. A petista conta com um trunfo, o apoio de Lula, por enquanto virtual mas que, segundo ela, será também presencial. O ex-presidente reforçou a campanha carioca ao enviar Ricardo Stuckert, seu fotógrafo oficial, gerar imagens potentes de Benedita, um sinal de prestígio e aposta, segundo correligionarios. A ex-delegada Martha entrou na disputa como a ‘candidata novidade de centro-esquerda’, fora da polarização, e com boa expectativa. Mas estacionou nos 8% de intenção de votos e não aparenta ter mais para mostrar na reta final. E, não estar na polarização esquerda versus Bolsonaro também não se mostra favorável. O eleitor que ainda está sob o impacto do padrão belicoso do último pleito em 2018, para presidente, quer clareza de campos políticos este ano. Para essa parcela, é FlaXFlu ainda.

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 Segundo a pesquisa do Datafolha do dia 15 último, Lula tem mais influência sobre os cariocas do que o atual presidente. 18%  disseram que votariam em alguém apoiado pelo petista contra 14% de Bolsonaro.  No índice de rejeição, eles estão em empate técnico, 59% para Bolsonaro e 58% para Lula. Porém, a diferença de um ponto a favor do petista deve ser considerado relevante porque o Rio é a base política da família Bolsonaro, embora o patriarca seja paulistano. Ao contrário do pernambucano Lula, com berço paulista.  

O Rio vive um dilema invertido de São Paulo. Na capital paulista, a pressão é para que o PT retire a candidatura própria de Jilmar Tatto, com 4%, e apoie Guilherme Boulos , do PSOL, com 10%. No Rio, a mesma esquerda quer que o PSOL renuncie à disputa majoritária e leve Renata Souza, com 3%, para apoiar o PT e Benedita. Um manifesto está sendo gestado para dialogar com progressistas, intelectuais e artistas sobre a aposta na petista para levá-la ao segundo turno no lugar de Crivella.

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Um fenômeno, entretanto, perpassa as eleições municipais deste ano. Joga-se em 2020 olhando para o gol de 2022. Não se sabe se fatos recentes influenciarão as disputas municipais, mês que vem – internacional ou local -,  como a eleição de Luis Arce, do MAS, na Bolívia, ou a flagrante ideologização da vacina CoronaVac pelo presidente Bolsonaro, que se recusa a comprar a medicação desenvolvida no Instituto Butantan  por ser inimigo político do governador de São Paulo, João Dória (PSDB). Mas, tanto a eleição de Arce, como o episódio da Covid-19 e as eleições americanas, que indicam derrota de Donald Trump (Republicano) estarão na mesa da disputa de 2022, quando o país escolherá o próximo presidente da República.

Segundo Marcos Coimbra, “a eleição da Bolívia afeta um sentimento geral que se difundiu em segmentos da população brasileira a partir de 2018, da inevitabilidade, da inexorabilidade de fortalecimento da direita no  mundo inteiro – e isso era apontado para justificar o bolsonarismo.” O presidente do Vox Populi analisa os fatos e conclui: “Estamos vendo que se trata de uma grande ficção. Daqui a pouco, o que se verá é que o Brasil será uma exceção, e não uma confirmação, de um movimento global.” Os eleitos para as prefeituras este ano podem constituir o primeiro e mais visível sinal para o país.

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