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Tereza Cruvinel

Colunista/comentarista do Brasil247, fundadora e ex-presidente da EBC/TV Brasil, ex-colunista de O Globo, JB, Correio Braziliense, RedeTV e outros veículos.

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Cunha mira Dilma, que nada ganha com PMDB no alvo

"O 'jus esperneandi' é para todos, mas Eduardo Cunha foge à lógica quando acusa o governo de ter montado a operação de busca e apreensão realizada hoje pela Lava Jato", opina Tereza Cruvinel, colunista do 247; "O governo nada ganha quando parece estar em curso uma devassa no PMDB pela Lava Jato, justamente quando Dilma precisa do apoio do partido para enfrentar o processo de impeachment. No alvo, o PMDB pode voltar-se contra ela", acrescenta a jornalista, lembrando que, "entre os dez atingidos por buscas e apreensões, há adversários e aliados do governo"; leia a íntegra

"O 'jus esperneandi' é para todos, mas Eduardo Cunha foge à lógica quando acusa o governo de ter montado a operação de busca e apreensão realizada hoje pela Lava Jato", opina Tereza Cruvinel, colunista do 247; "O governo nada ganha quando parece estar em curso uma devassa no PMDB pela Lava Jato, justamente quando Dilma precisa do apoio do partido para enfrentar o processo de impeachment. No alvo, o PMDB pode voltar-se contra ela", acrescenta a jornalista, lembrando que, "entre os dez atingidos por buscas e apreensões, há adversários e aliados do governo"; leia a íntegra (Foto: Tereza Cruvinel)
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O “jus esperneandi” é para todos, mas Eduardo Cunha foge à lógica quando acusa o governo de ter montado a operação de busca e apreensão realizada hoje pela Lava Jato. Incluindo ele, foram dez os figurões do PMDB atingidos pela operação, sem contar que o STF não autorizou busca e apreensão na casa do senador Renan Calheiros.

O governo nada ganha quando parece estar em curso uma devassa no PMDB pela Lava Jato, justamente quando Dilma precisa do apoio de qualquer fração do partido, por menor que seja, para enfrentar o processo de impeachment. No alvo, o PMDB pode voltar-se contra ela. Mas perdem também tucanos e outros defensores do impeachment que já defendem um eventual governo Michel Temer.

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Na entrevista que deu nesta terça-feira, Eduardo Cunha sugeriu repetidas vezes que a busca e apreensão em sua casa foi obra do governo para favorecer a decisão do Conselho de Ética, de dar seguimento ao processo de sua cassação. “Acho muito estranho que isso tenha ocorrido justamente hoje”, disse ele, destacando também o fato de que, ao contrário das outras ações realizadas hoje por iniciativa da Polícia Federal, no caso dele o pedido partiu do Ministério Público. Falou sem dizer que Rodrigo Janot agiu em sintonia com o Planalto.

Esperneio natural. Importante, e de consequências imprevisíveis, é o fato de que o PMDB entrou no radar da Lava Jato. Entre os dez atingidos por buscas e apreensões há adversários do governo, como Cunha, e aliados, como o ministro Celso Pansera, de Ciência e Tecnologia, ou o senador Edison Lobão, ex-ministro de Minas e Energia. Embora o ministro do Turismo, Henrique Alves, seja do grupo de Temer, o fato de ter dois ministros sob investigação também não conta a favor de Dilma.

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Com o PMDB sob devassa, os defensores do impeachment no PSDB, DEM e outros partidos, que já negociam participação num eventual governo de Michel Temer, saem perdendo. Que governo seria este, com quase toda a cúpula do partido sob investigação? E Dilma também perde quando aliados são atingidos. E se Renan tiver novo surto de desconfiança? E se o PMDB ferido resolver se unir para sobreviver?

A crise entra num novo patamar. E quem segue na frente é o juiz Sergio Moro, com sua teoria de que para vencer a corrupção é preciso deslegitimar todo o sistema político. O que ficará no lugar, nem ele nem os papagaios brasileiros sabem.

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