Cunha quer derrubar Temer para tomar seu lugar
"Aquele velho sonho de Eduardo Cunha que parecia impossível, derrubar dois presidentes da República, um depois do outro, está próximo de se realizar, mesmo ele estando preso. Por enquanto. Mas, dessa vez, ele não quer só derrubar; quer assumir o poder no lugar de seu ex-amigo e hoje desafeto que habita o Jaburu", avalia Alex Solnik; para o jornalista, "tudo indica que ele é o chefe da operação que tem por objetivo aceitar a denúncia contra Temer tanto na CCJ, quanto no plenário da Câmara dos Deputados"
Aquele velho sonho de Eduardo Cunha que parecia impossível, derrubar dois presidentes da República, um depois do outro, está próximo de se realizar, mesmo ele estando preso. Por enquanto.
Mas, dessa vez, ele não quer só derrubar; quer assumir o poder no lugar de seu ex-amigo e hoje desafeto que habita o Jaburu.
Tudo indica que ele é o chefe da operação que tem por objetivo aceitar a denúncia contra Temer tanto na CCJ, quanto no plenário da Câmara dos Deputados.
Há sérias desconfianças de que o relator, Sergio Zveiter, foi escolhido por ele ou teve ao menos a sua aprovação. Ambos foram colegas de secretariado no governo Garotinho e desde então nunca se largaram.
Tanto Zveiter quanto Maia sempre foram do grupo de Cunha. Maia votou por sua cassação porque àquela altura Cunha não tinha mais salvação e, se votasse a favor de Cunha não teria forças para substituí-lo na presidência da Câmara dos Deputados e assim manter o grupo de Cunha no poder.
Dois motivos devem ter sido preponderantes para Cunha se decidir a fincar a estaca de madeira no coração de Temer: 1) o “bandido notório” parou de pagar a sua mesada milionária, conforme relatou no encontro secreto de 7 de março de 2017, nos porões do Jaburu e não deve ter sido encontrado ainda um substituto nessa missão e 2) depois da delação do “bandido notório” Cunha percebeu que Temer estava com a corda no pescoço, a caminho do cadafalso e, portanto, nada mais poderia fazer a seu favor, pois daí em diante se empenharia mais em ajudar a si próprio do que em ajudá-lo a conseguir as duas coisas de que mais precisa: liberdade e dinheiro.
Tendo perdido as últimas coisas que Temer poderia lhe oferecer – a bufunfa mensal e a esperança de sair da cadeia enquanto tivesse poder - ele percebeu que só ganharia dinheiro se saísse da cadeia e só sairia da cadeia por iniciativa própria, que consiste em delatar seu superior hierárquico, aquele que, dos cinco amigos (como Cunha relatou numa fábula) foi o mais bem-sucedido.
E finalmente voltar para casa, provavelmente com uma tornozeleira e uma ligeira melhora em sua imagem de vilão, pois terá contribuído para livrar o país do presidente mais odiado deste século. E sabe-se lá de quantos mais.
Vejam só como a história, de certa forma, se repete. Tal como Temer no ano passado, Maia, se quiser assumir a presidência da República vai precisar dos votos de Cunha que estão lá, eles não se perderam depois de Cunha ser preso. E os “cunhistas” vão votar contra Temer e a favor dele porque sabem que ele é Cunha.
E é claro que, na sequência, Cunha vai cobrar a fatura. Vai querer do governo o que sempre quis de todos os governos em que atuou.
Maia vai ficar tão refém de Cunha quanto Temer.
E vai obedecer ao seu chefe se não quiser tomar uma chapoletada igual à que Temer está levando.
Afinal, ele é o “Botafogo” da Odebrecht e o arquivo pessoal e a memória de Cunha são prodigiosos.
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