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Dalits

Dalits são aqueles que foram excluídos do sistema de castas na Índia , sistema que por si só, por sua natureza, excludente. Se o sistema de casta, vertical na essência, exclui as castas inferiores, o que dizer daqueles que nem casta possuem? São os intocáveis

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Dalits são aqueles que foram excluídos do sistema de castas na Índia , sistema que por si só, por sua natureza, excludente. Se o sistema de casta, vertical na essência, exclui as castas inferiores, o que dizer daqueles que nem casta possuem? São os intocáveis. 

Apesar de uma legislação de 1950 proibir a discriminação contra os Dalits a extinção do sistema de casta como um todo jamais foi implementada de tão forte que é na cultura hindu. 

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Há casos de pessoas de castas distintas  que se casaram que não são recebidas pelas próprias famílias , na maioria dos casos , pelas famílias pertencentes às castas superiores . Mas o que isso tem a ver conosco , país tropical , abençoado por Deus completamente diferente de Brahma? Vocês dirão. 

Ontem, Lula, líder das pesquisas para a eleição presidencial do ano quem vem, concedeu uma entrevista coletiva para imprensa brasileira, a mesma imprensa que homenageou dois jornalistas, das Filipinas e da Rússia, vencedores do Prêmio Nobel da Paz desse ano, pela sua "corajosa luta" em prol da liberdade de expressão em seus países. 

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Por acaso alguém leu, ouviu ou escutou alguma menção dessa entrevista? Alguém escutou, leu ou ouviu nos meios de comunicação brasileiros, as mesmas empresas que enalteceram dois jornalistas estrangeiros pela luta em prol da liberdade de expressão, o que Lula disse que faria, caso vencesse as eleições do ano que vem? 

A  mesma liberdade de expressão, cantada em prosa e verso pela imprensa brasileira pela vitória de jornalistas no Prêmio Nobel da Paz, não vale para Lula, da mesma forma que o Código Penal e o Código de Processo Penal não valeram para Lula quando das suas 20 condenações impostas no tribunal da Lava Jato, todas as condenações revertidas em absolvições pelos tribunais superiores, simplesmente porque Lula é um Dalit da política brasileira, Lula é um intocável. 

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Na entrevista de ontem Lula disse que  é a favor de um Estado forte, disse que precisa reverter algumas medidas aprovadas desde o Golpe de 2016 que retiraram diversos direitos trabalhistas e previdenciários, disse que retomaria o Conselhão com a união de diversos segmentos da sociedade brasileira, semelhante ao mesmo Conselhão criado em seu primeiro governo, nos idos de 2003. 

Enfim, o líder das pesquisas presidenciais, provável próximo Presidente da República, caso não haja algum terremoto, é completamente ignorado pela grande imprensa do país. 

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Lula ao dizer que é a favor de um Estado forte apesenta sua diretriz econômica de seu futuro governo, diretriz completamente diversa da pauta neoliberal adotada desde o primeiro governo eleito após a ditadura civil-militar, quando o país elegeu Collor, pauta que avançou nos governos Fernando Henrique Cardoso, nos governos Temer e Bolsonaro. 

Uma declaração dessa magnitude jamais seria recebida com a indiferença que foi tratada, simplesmente porque é o reverso do que se aplica atualmente no país com consequências políticas e principalmente econômicas enormes. 

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Mas Lula é um Dalit e merece a indiferença, o desprezo, merece ser o intocável, o invisível. Não que esses atributos impostos a ele pela elite brasileira resolvam o problema deles, ou seja, criar uma alternativa política mais palatável aos desígnios sociais e políticos da casta superior desse país ou sequer impeça a sua provável vitória no próximo ano, mas é a forma como essa elite se relaciona com a maioria do povo brasileiro. 

A questão de Lula ser um Dalit no Brasil, felizmente completamente distinto de ser um Dalit na Índia, país cuja ascensão social é praticamente impossível, é a capacidade desse ser privilegiado e raro no espectro político brasileiro não se conformar com o destino que a sociedade brasileira lhe havia reservado desde seu nascimento e mudou a sua própria história. 

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Virou prática corriqueira em setores da oposição enviar recados, avisos, mensagens ou conselhos ao PT e a Lula como deveriam se comportar com a burguesia brasileira para que não ocorram os mesmos eventos de 2016. 

Estranho país o nosso que forja personalidades que acreditam compreender a conjuntura melhor daqueles que estiveram no olho do furacão. Geraldo Vandré defendeu, através da bela voz e interpretação de Jair Rodrigues, Disparada no Festival da Canção de 1966 e encantou o país. 

Em seus versos iniciais nos apresentava o envolvimento emocional que a música iria fazer conosco nos próximos 3 minutos: Preparem seus corações para a história que eu vou contar, eu venho lá do sertão. Vandré, naquela época, não conhecia Lula, mas deve ter imaginado, ao compor a música,  um Dalit brasileiro como ele.

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