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Denise Assis

Jornalista e mestra em Comunicação pela UFJF. Trabalhou nos principais veículos, tais como: O Globo; Jornal do Brasil; Veja; Isto É e o Dia. Ex-assessora da presidência do BNDES, pesquisadora da Comissão Nacional da Verdade e CEV-Rio, autora de "Propaganda e cinema a serviço do golpe - 1962/1964" , "Imaculada" e "Claudio Guerra: Matar e Queimar".

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De galho em galho, Pazuello pula da Amazônia para a área econômica

"O general Eduardo Pazuello não vai mais ter um ministério da Amazônia para chamar de seu", informa Denise Assis, do Jornalistas pela Democraica. O ex-ministro deve ocupar cargo na Secretaria Especial do Programa de Parcerias de Investimentos (PPI)

(Foto: Valter Campanato/Agência Brasil)
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Por Denise Assis, para o Jornalistas pela Democracia

Hoje é festa na floresta. O general Eduardo Pazuello não vai mais ter um ministério da Amazônia para chamar de seu. Tal como se faz com as pistas clandestinas localizadas na selva, os generais do Planalto dinamitaram o campo de pouso onde o quase ex-ministro iria aterrissar a sua impunidade quanto aos desmandos na pasta da Saúde. Em compensação, Bolsonaro conseguiu emprestar-lhe um paraquedas até alocá-lo na Secretaria Especial do Programa de Parcerias de Investimentos (PPI). A secretaria pertence à estrutura do Ministério da Economia, mas já foi subordinada à Casa Civil. Se a nomeação de Pazuello for confirmada, passará a pertencer à Secretaria-Geral da Presidência, sob as ordens do ministro Onyx Lorenzoni. Ou seja, sob controle. Pazuello continuará, portanto, a dizer: “sim, senhor”.

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Desta forma, o ministro “em trânsito” deixa livre o caminho para a efetivação de Marcelo Queiroga na Saúde. Afinal, a promessa era a de que Pazuello ficaria no limbo até amanhã – quarta-feira.

A notícia começou a circular cedo, pelos corredores, trazendo alívio para os generais que dão expediente no palácio. A possibilidade de Pazuello ser deslocado para a Amazônia na condição de ministro extraordinário azedou o clima no Planalto. Os generais não admitiam que um general de Intendência, “três estrelas”, passasse a dar ordens a um general de Infantaria, “quatro estrelas”, como o lotado no Comando da Amazônia. A nomeação subverteria totalmente a lógica da hierarquia, algo inadmissível nas tropas.

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Mas, se por um lado a ida de Pazuello para a PPI apaziguou os ânimos dos militares palacianos, por outro eriçou os pelos do braço da turma da Economia. O órgão para onde está sendo deslocado (ele não se livra do gerúndio) é atualmente chefiado por Martha Seillier, uma economista de carreira, respeitada no cargo e tida como de alta eficiência. Pazuello, por sua vez, já chega como aluno em “recuperação”. De novo não tem perfil para o cargo que irá ocupar.

A escolha, é de se supor, provocou resmungos e amuo no ministro da Economia, Paulo Guedes. Ele, porém, já engoliu em seco e, sem resfolegar, vai receber o transferido do “chefe”.

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No novo cargo Pazuello alcança o principal objetivo, longe de estar ligado a um bom desempenho: ele que já é investigado pelos erros na Saúde, preserva seu foro privilegiado, e estará blindado.

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