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Denise Assis

Jornalista e mestra em Comunicação pela UFJF. Trabalhou nos principais veículos, tais como: O Globo; Jornal do Brasil; Veja; Isto É e o Dia. Ex-assessora da presidência do BNDES, pesquisadora da Comissão Nacional da Verdade e CEV-Rio, autora de "Propaganda e cinema a serviço do golpe - 1962/1964" , "Imaculada" e "Claudio Guerra: Matar e Queimar".

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De queda em queda, Bolsonaro agora encara o Aqui Não!

"Uma arriscada cartada ameaça desnudar o seu desprestígio de forma irreversível", avalia Denise Assis, Jornalista pela Democracia, sobre os planos de Jair Bolsonaro de visitar o Nordeste onde ele foi derrotado eleitoralmente; "Agora uma enxurrada de memes e mensagens deixa claro a mensagem: 'Aqui Não!'"

De queda em queda, Bolsonaro agora encara o Aqui Não! (Foto: Marcos Corrêa/PR)
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Por Denise Assis, para o Jornalistas pela Democracia  

Não há tempo de respirar. Entre um movimento de inspiração e expiração, os fatos já nos atropelam, numa sequência que só faz jogar mais lenha na fogueira que arde no Planalto, consumindo com voracidade o apoio ao presidente Jair Bolsonaro.

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A pesquisa divulgada hoje, pelo El País, elaborada pela empresa Atlas Político, que mostra um aumento de cinco pontos na rejeição ao seu governo, desde a comemoração dos 100 dias, não pode ser ignorada. E muito menos o crescimento do índice dos que consideram seu governo "ruim" ou péssimo", (36,2%), ultrapassando a parcela dos que o consideram "ótimo" ou "bom" (28%).

E se nos detivermos sobre o seu desempenho, desde a posse, vamos ter um manancial de dados que colocam em xeque a sua gestão, levando-o cada vez mais para o canto da parede. Desde o orçamento impositivo, em que perdeu a capacidade de gerenciar verbas significativas do ponto de vista político, até o retorno do Coaf para a área da Economia, tirando das mãos de Sérgio Moro o seu brinquedo favorito.

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Ao observar o que diz a população sobre o principal mote de sua campanha, a liberação da compra de armas, vamos esbarrar em dados de uma pesquisa do Instituto Paraná, divulgada hoje, em que mais de 60% da população brasileira rejeita ter arma de fogo em casa. De acordo com o Instituto Paraná Pesquisas; 60,9% dos entrevistados responderam negativamente à pergunta: "O Sr(a) gostaria de ter uma arma de fogo em casa?". Apenas 36,7% disseram sim. A rejeição é maior entre as mulheres (70,6%), e jovens e pessoas das camadas mais pobres. Em 11/04 deste ano o Datafolha já havia mostrado que 64% dos brasileiros são contrários à liberação para a compra de armas e 72% os cidadãos que acreditam que a sociedade não ficará mais segura com a medida.

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Outro dado a ser levado em conta: 81% das pessoas avaliam que a polícia não pode ter liberdade para atirar em suspeitos, pois pode atingir inocentes. E, ainda, 79% consideram que os policiais que matam devem ser investigados, indo contra o ponto pelo qual o presidente e o seu ministro da Justiça, Sergio Moro se batem: fazer valer, nestes casos, as normas "excludentes de ilicitudes". É a situação em que o policial pode alegar que matou em legítima defesa, ou movido por medo ou forte emoção. Para isto há o argumento já explicitado pelo advogado e Presidente da Comissão de Direito Penal do Instituto dos Advogados Brasileiros, Marcio Barandier. Policiais são treinados para enfrentar estas situações e não podem alegar forte emoção ou medo.

Sua turma original se engalfinha, abandonando o barco. O centrão, aquele bloco de deputados fisiológicos, onde durante anos ele já circulou, hoje o afronta, ameaçando apresentar um novo projeto da reforma da previdência, razão pela qual o mercado financeiro o engoliu, e a elite empresarial também.

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E, neste quesito, os dados negativos pipocam. Em pesquisa realizada pelo Ibope, entre 12 e 15 do mês de abril deste ano, ficou claro que dois terços dos brasileiros estão desinformados sobre os direitos que podem ser perdidos se a reforma passar. Dos que conhecem o projeto, 51% são contrários à sua aprovação, e apenas 35% se dizem favoráveis. Uma parcela de 80% de brasileiros defende a aposentadoria aos 60 anos.

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Agora, uma arriscada cartada ameaça desnudar o seu desprestígio de forma irreversível. Não bastasse a grotesca viagem aos EUA, onde foi rechaçado pelo prefeito de Nova Iorque, e teve de transferir para Dallas, a cerimônia de um obscuro prêmio, recebido sem a presença de autoridades de peso, pois até o prefeito da cidade recusou-se a estar presente, Bolsonaro faz planos de visitar o Nordeste e a proposta é rejeitada. Quer dizer, rejeitado lá ele já havia sido nas urnas, quando a região concedeu ao candidato Fernando Haddad (PT), seu opositor, 69,7% dos votos. Agora uma enxurrada de memes e mensagens deixa claro a mensagem: "Aqui Não!".

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