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Marcus Pestana

Deputado federal e presidente do PSDB mineiro

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De Tancredo e a Nova República à crise atual

O Brasil vive gravíssima crise, e um impasse se avizinha. Os valores democráticos e republicanos correm risco. Contra a corrupção institucionalizada e em defesa da democracia é que a sociedade foi às ruas ontem

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Faz 30 anos. Parece que foi ontem. Em 15 de março de 1985 seria o coroamento de uma longa caminhada com a posse de Tancredo Neves na Presidência da República. Após a longa noite do autoritarismo, o Brasil respirava novamente o clima da liberdade e da esperança. Desde 1976, quando as últimas mortes ocorreram nos porões da tortura, iniciamos nossa caminhada rumo à democracia. Os primeiros passos foram lentos. O regime militar percebeu a erosão de sua base social de sustentação e iniciou a tentativa de uma transição controlada, a abertura lenta, gradual e segura. Do outro lado, o MDB, frente democrática unificada, os movimentos sociais, as organizações da sociedade civil, como a OAB e a CNBB, lutavam pelo alargamento dos horizontes e defendiam a plataforma democrática. A síntese de nossos sonhos passava por uma anistia ampla, pela Constituinte livre e soberana e pelas eleições diretas. A inquietação nas ruas se agravava.

Conquistamos a anistia. Promovemos o maior movimento social que se tem notícia na história brasileira em torno da bandeira das Diretas Já. O Brasil se reencontrava com os brasileiros. A emenda Dante de Oliveira foi derrotada no Congresso Nacional. Mas a marcha da história era inexorável. Lançamos Tancredo Neves como candidato no Colégio Eleitoral. Tancredo, com sua sagacidade, experiência e habilidade, teceu uma sólida frente política em favor da redemocratização. Com apoio maciço da opinião pública, derrotou Paulo Maluf. Chegava ao fim o ciclo autoritário. A Constituinte e as eleições diretas para Presidente seriam consequências naturais. Registre-se que o PT se omitiu no Colégio Eleitoral e lavou as mãos em relação ao futuro do país.

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A noite de 14 de março de 1985 foi dramática. Lembro bem que comemorávamos, em Juiz de Fora, o aniversário de dois grandes amigos. De repente, a notícia aterradora caiu como bomba em nossa festa. Tancredo havia se internado na véspera de sua posse. Entrou em campo outra grande figura, Ulysses Guimarães, e diante do risco de um retrocesso, garantiu a posse do Vice-presidente José Sarney.

No dia 21 de abril, data cara aos mineiros, símbolo do sonho libertário dos Inconfidentes, Tancredo Neves nos deixou, como verdadeiro mártir da redemocratização.

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De lá até aqui, vivemos o maior ciclo democrático da história brasileira. Avançamos. As instituições democráticas e republicanas se fortaleceram. Nunca houve tamanha liberdade no Brasil. A cidadania foi promovida e a economia, modernizada.

Essas conquistas estão ameaçadas. O Brasil vive gravíssima crise, e um impasse se avizinha. Os valores democráticos e republicanos correm risco. Contra a corrupção institucionalizada e em defesa da democracia é que a sociedade foi às ruas ontem, como verdadeira homenagem a Tancredo, Ulysses, aos brasileiros das Diretas Já, que há 30 anos nos entregaram a liberdade como valor permanente e universal.

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