Debate reforçou que o antibolsonarismo é a principal força sociopolítica das eleições em 2022
"Bolsonaro deve ser confrontado. Deve ser lembrado que no próximo ano enfrentará o peso da justiça por todos os crimes que cometeu", escreve Cesar Calejon
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Por Cesar Calejon, para o 247
Aconteceu ontem o primeiro debate entre os presidenciáveis. Promovida pelo site UOL, pelo jornal Folha de São Paulo e pelas redes de televisão Band e TV Cultura, a iniciativa reuniu Lula, Bolsonaro, Ciro, Tebet, Soraya Thronicke e Felipe D'Avila.
Nesta ocasião, o líder das pesquisas não repetiu a atuação impecável que apresentou na última quinta-feira, durante a sabatina do Jornal Nacional. Contudo, Bolsonaro teve, de longe, a pior atuação e perdeu o debate na opinião dos eleitores indecisos, segundo pesquisa consolidada hoje pelo Datafolha.
Ainda segundo esta sondagem, Simone Tebet foi a vencedora do confronto de ontem. Este é um dado interessante por demonstrar empiricamente que, em ampla medida, o antibolsonarismo é a principal força sociopololítica da nação neste momento.
Para todos os efeitos, Tebet não fez uma apresentação brilhante ou sequer trouxe dados e ideias inovadoras ao debate. Como explicar então que uma candidata inexpressiva e sem nenhuma ressonância junto às grandes massas populacionais do Brasil possa ter vencido o debate sem apresentar absolutamente nada de novo ou significativo? Por meio do antibolsonarismo.
Tebet venceu a batalha de ontem, assim como Ciro Gomes obteve algum destaque, porque foram as duas figuras que confrontaram Jair Bolsonaro diretamente.
A mdbista disse, explicitamente, não ter medo de Bolsonaro e fez colocações duras contra o atual presidente. Ciro Gomes atuou de forma similar em alguns momentos.
Mais contido, Lula apenas disse, no que foi um dos seus melhores momentos no debate de ontem: "(...) em um decreto só eu vou apagar todos os seus sigilos".
Extremamente massacrada pelo bolsonarismo ao longo dos últimos anos, a imensa maioria da população brasileira deseja ver Jair Bolsonaro ser enfrentado diretamente, com força, propriedade e precisão.
Evidentemente, essa abordagem deve ser executada com muita cautela, sem gritarias ou demonstrações exacerbadas de masculinidade tóxica, mas também não pode ser evitada, sob pena de frustrar a ânsia dos eleitores que não aguentam mais sequer ouvir a voz de Bolsonaro.
Para os próximos debates, seria interessante reajustar esta estratégia que pretende evitar o confronto a qualquer custo. Bolsonaro deve ser confrontado. Deve ser lembrado de que a partir do ano que vem enfrentará o peso da justiça por conta de todos os crimes que cometeu à frente do Poder Executivo.
O povo brasileiro está com essa demanda entalada na garganta e espera que Lula assuma essa posição de liderança e comando do antibolsonarismo.
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