Decifra-me ou te devoro

Alex Solnik, para o Jornalistas pela Democracia - Na mitologia grega, a Esfinge era um demônio da destruição e da má sorte, representado pela figura de um leão alado com cabeça de mulher, cauda de serpente e asas de águia.

A quem passasse por ela, a Esfinge propunha o quebra-cabeça mais famoso da história, conhecido como o "enigma da Esfinge":

"Decifra-me ou devoro-te: que criatura tem quatro pés de manhã, dois ao meio-dia e três à tarde"?

Quem não acertasse a resposta, ela estrangulava. Sphingo, em português significa estrangular.

A Esfinge do século 21 tem a cabeça de Bolsonaro. Quem não decifrar o seu enigma, que é ele próprio, será devorado por ele.

Na semana passada, acusou os deputados de tornarem o país ingovernável e atiçou seus fanáticos especialmente contra Maia. Deu a entender que tinha declarado guerra à Câmara e ao STF, queria decretar um golpe de estado e tomar o poder.

Ontem, tomou café da manhã amistoso com Maia, Alcolumbre e Toffoli. Deu a entender que não quer guerra com eles. Nem golpe de estado.

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Agora há pouco, surgiu de surpresa numa sessão especial da Câmara dos Deputados, em homenagem ao humorista Carlos Alberto da Nóbrega, convocada pelo deputado Alexandre Frota.

Mas o que chamou a atenção de todos não foi só o fato de o presidente fazer uma visita inesperada à Câmara. Nem ter homenageado um artista do SBT, uma das emissoras amigas do governo.

Enquanto discursou, Bolsonaro manteve o braço direito sobre os ombros de Maia, como fazem namorados com as namoradas.

Ou seja: Bolsonaro está de namoro com Maia. E quis mostrar para todo mundo. Avisou a seus fanáticos que não é mais para apedrejar Maia e sim afagá-lo.

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Vai entender.